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segunda-feira, 25 de julho de 2011

Problemas da Criação #17-A


Menina não entra - Parte1



Por Rogério DeSouza





Certa vez, eu vi um filme chamado Ultravioleta cuja protagonista é uma mulher meio vampira com habilidades sobre-humanas. O filme não era dos bons, pois pecava por valorizar mais o visual do que a história propriamente dita. Nesta mesma época, eu resolvi fazer uma história, não vem ao caso contá-la aqui, mas o que posso adiantar é que isto foi motivado pelo fracasso não só dessa, mas de outras películas de ação protagonizada por mulheres.
Mulher e ação não combinam é o que diz o público em geral, ou não?


Vejamos assim:
Anos 70, discoteca, pós-hippie, punk e o feminismo entrando forte no cotidiano refletindo nas séries de TV americanas: Police Woman, As Panteras, Mulher Biônica e Mulher Maravilha... De repente, acabou.

Depois, nos anos oitenta tivemos um “bum” dos filmes de ação protagonizado por homens chamados “brucutus” como Stallone, Arnold Schwarzenegger, Chuck Norris e outros. Era uma época muito divertida onde existia o exército de um homem só, passando por cima de todos os inimigos como se passeasse pelo jardim.
No meio daqueles caras musculosos sem camisa, não havia espaço para “elas” que se contentavam a serem salvas do perigo. Tinha um seriado de TV nesta época chamado Dama de Ouro (Lady Blue, no original) cuja protagonista era uma policial chamada Katy Mahoney que metia bala nos bandidos sem piedade. A série teve apenas 13 episódios infelizmente.

Também teve o filme Guerreiros de Fogo, protagonizada pela atriz Brigitte Nielsen que faz o papel da guerreira Red Sonja, personagem literária e dos quadrinhos, também aparece neste filme Schwarzenegger como parceiro da heroína e bem destacado nos cartazes do filme que não foi bem para variar.

A única representante bem sucedida nesta época é Hellen Ripley no segundo filme da franquia Alien, dirigido por James Cameron (Que anos mais tarde transformaria a acuada Sara Connor numa corajosa combatente em Exterminador 2) .

Qual o problema de mulheres não emplacarem em filmes de ação?
Bom, segundo estudiosos as mulheres fisicamente são diferente dos homens, tendo inúmeras limitações em decorrência de sua fisiologia característica com distúrbios de temperamento e hormonais...
Sinceramente, acho isso uma desculpa. É machismo puro e simples. Nossa visão da mulher é daquela linda princesa de pele delicada e aparência majestosa (Pra não dizer sensual ou gostosa, ok?) e pura que inspira poetas e causa paixões. Ninguém associa isso a alguém capaz de encher um homem de pancada e em pleno inicio do século XXI estamos engatinhando para mudar isso.
Um sinal de mudança surgiu nos anos noventa com a volta das séries de TV: Buff, a caça vampiros , Joss Whedon nos ensina que as mulheres podem dar uns tabefes nos mal feitores de vez em quando. Mas o maior símbolo desse gênero é Xena, a princesa guerreira, estrelada por Lucy Lawless que fez grande sucesso na mídia nos anos noventa, finalmente uma protagonista feminina munida de espada lutava a altura dos brucutus de épocas passadas que estava em franca decadência. Nem mesmo a referencia ao lesbianismo diminuiu o sucesso da série.

Enquanto isso no cinema, lar dos filmes de ação havia lampejos de que nem sempre os homens partiam pra cima dos mal feitores. A exemplos de Maquina Mortífera 3, Nikita, filmes chineses, etc... Houve alguns filmes de 007 em que o espião britânico teve parceiras que estavam em sincronia com ele quando for para atirar e derrubar inimigos.
Já nos anos 2000 a coisa estourou de vez com o filme que adapta o seriado das Panteras (Charlie’s Angels), antes disso víamos Carrie-Anne Moss dando aquele chute da garça em 360° na cara de um guarda no memorável filme The Matrix.
Na tangente, temos Tomb Rider, Anjos da Noite, Aeon Flux, Resident Evil e participações explosivas em filmes como Demolidor (Elektra que teria um filme solo depois), Tigre e o Dragão, X-men 1 e 2 (Mística e Lady Letal), Exterminador do futuro 3 (a Terminatrix)... Sem falar um caso à parte chamado de Kill Bill, filme de Quentin Tarantino estrelado por Uma Thurman que faz um papel de uma noiva ex-assassina que passa se vingar de seu antigo chefe Bill (David Carradine) após ele ter orquestrado uma chacina no ensaio de seu casamento.
Embora Kill Bill tenha tido um sucesso relativo, a maioria dos filmes de ação com mulheres emplacaram muito pouco, embora tivessem suas relativas continuações ainda são colocadas numa categoria abaixo.
Sucker Punch, último filme dirigido por Zack Snyder, sobre uma jovem num manicômio vivendo num mundo surreal e cheio de ação em sua mente para escapar do lugar junto com demais detentas. O filme, segundo dizem tem um visual lindo com bastantes cenas dinâmicas, tiros, lutas... Mesmo assim não empolgou o público, nas bilheterias.

Seria culpa das meninas guerreiras? Creio que não totalmente... Muitos desses filmes pecam nos roteiros e exageros estéticos (até aceitáveis se fossem no contexto) e por isso contribuem para que as garotas não engrenem como heroínas de filmes de ação.
Nossas garotas precisam de uma seqüência de filmes com bons roteiros, talvez ajude a minar nosso preconceito diante do “sexo frágil”...

VEJA A PARTE 2 Onde falarei das heroínas nos quadrinhos, animações e mais detalhes sobre este assunto tão abrangente.



quinta-feira, 23 de junho de 2011

Problemas da Criação #16



AÇÃO EXECUTIVA
Por Rogério DeSouza


Bom, muitos vêem quadrinhos como arte. Um meio de se expressar através da grafia do traço, na narrativa das imagens e sensibilidade nos textos. Afinal de contas estamos falando da nona arte. No entanto o artista necessita se sustentar, se quer viver disso precisa vender sua arte, sempre foi assim e sempre será.

Vejamos dois pontos primeiro:

Mauricio de Sousa e Bill Watterson dois artistas distintos.


Mauricio de Sousa é criador da Turma da Mônica, a mais de quarenta anos e sendo publicados ininterruptamente no Brasil e alguns países. Antes Mauricio começou como repórter policial, depois largou o oficio deprimente e começou a fazer tiras do Bidu, depois vieram o Cebolinha, Cascão e a Mônica (inspirada em uma de suas filhas) a partir daí o sucesso aumentou a tal ponto que contratou colaboradores e resolveu ampliar o universo dos seus personagens. Hoje os vemos animações, camisetas, tênis, brinquedos, etc...

Bill Watterson é um chargista americano, em 1985 começou com as tiras de Calvin e Haroldo (Calvin and Hobbes) alcançando fama em todo o mundo ao contar as histórias do garoto hiperativo Calvin e seu tigre de pelúcia que na imaginação do menino andava e falava com ele. Sua obra influenciou muitos artistas no meio, mas nunca comercializou seu trabalho colocando seus personagens em lancheiras, camisas, brinquedos, etc. Subitamente em 1995 se aposentou e passou a se dedicar a pintura.

Falo desses exemplos, pois além de serem artistas aos quais tenho admiração, ambos tem o controle sobre aquilo que produzem no caso Mauricio de Sousa deixou parcialmente de fazer as suas tiras para se dedicar a administrar a imagem de suas criações, já Bill Watterson largou tudo de vez para se dedicar apenas a arte e não permite que ninguém utilize suas criações.

Agora vamos ao terceiro lado da história, Jerry Siegel e Joe Shuster em 1938 criaram um dos mais conhecidos personagens de todos os tempos: Superman (Super-homem para os conservadores.)


O personagem foi grande sucesso de vendas em sua época, no entanto, seus criadores sequer tinham seus nomes citados nos créditos de criação, por muitos anos. Tardiamente foram lhe dados o devido reconhecimento e até hoje seus herdeiros brigam com a editora pelos lucros envolvidos com a imagem do homem de aço.
Hoje muitos personagens estão nas mãos das grandes editoras e corporações do entretenimento. Ou seja, você acha que Stan Lee tem o controle sobre o que é feito com o Homem Aranha? Engana-se, apesar de seu nome estar lá, Stan Lee já não trabalha mais com suas criações da Marvel, deixando tudo nas mãos dos editores e executivos da empresa e recebendo apenas royalties.
É assim que se resumem as editoras Marvel e DC, são parte de um conglomerado do entretenimento e como tal vive de lucros. Se não vende é cancelado, mesmo tendo qualidade, é simples. Se as vendas estão baixas mudanças tem que acontecer e ai surge alguma grande saga para mudar o status do personagem e assim causar interesse de leitores novos e antigos fiéis que compram qualquer coisa do personagem.
Sim, há boas histórias escritas por bons artistas como Grant Morrison, Alan Moore, Frank Miller, Brian Michael Bendis e outros. Mas são meramente pontuais, trabalhos contratados de pessoas que tentam arrumar a bagunça de outras num ciclo interminável de incoerência. Se você for pontual com o que lê, pode até encontrar boas histórias nas grandes editoras, no Brasil é um pouco difícil, pois estamos presos aos “mixies” onde geralmente apenas uma história da revista é boa.
O grande problema dos quadrinhos do mainstream são seus financiadores, pessoas acostumadas em números e vendas sem nenhum sentimento com quem faz ou lê as histórias tomando decisões muitas vezes inequívocas.
O que esses executivos ou donos de editoras deveriam fazer é pesquisar não o mercado, mas sim o público. Saber o que todos gostamos e o que não gostamos, arriscar com novidades e por ai vai.
E o que o público faz a respeito? Pelo que eu vejo ou continuam acomodamente comprando ou reclamam muito no Twiter, nos fóruns, nos comentários de matérias relacionadas e em seus blogs pessoais (como aparentemente estou fazendo). Sob protesto, muitos deixam de comprar ou baixam scans, na esperança que baixando as vendas vá atingir os executivos, que como disse só vê números e não faz pesquisa de opinião. E o que você acha que eles vão fazer? Matar um grande personagem, fazer uma nova saga ou um reboot mudando tudo novamente, é isso.
Sou um pouco insistente com relação do contato entre o leitor e a editora, pode parecer inviável, mas se formássemos grupos de leitores, fornecermos números, catálogos, interesses a essas editoras, talvez possamos contrabalançar esses problemas. Todos esses personagens saíram do controle de seus criadores há décadas e estão sob o controle de artistas de estilos distintos, de editores submissos com idéias adversas e os executivos que querem lucros em seus investimentos.

Em outro parâmetro, temos o Mangá. Embora tenha certo nível comercial, a grande maioria de seus autores tem controle sobre suas obras e muitas vezes largam a serie para produzir animação dela. Por depender totalmente da eficiência do artista, muitas dessas séries saem com atraso de meses e até anos. Para sanar isso, alguns contratam colaboradores para cenários e coisas mais complexas. De qualquer forma, o mangá é um exemplo a ser seguido em matéria de ter o controle sobre o que fazer com seu trabalho autoral mesmo com o risco da ocidentalização.

Os executivos do lado ocidental muitas vezes não entendem o que faz dessas obras interessantes ao tentarem adequar ao seu mercado e o resultado muitas vezes é vexatório.

Bom, a questão do artista novato é qual o rumo que ele quer tomar, se quer “comercializar” sua obra ou quer apenas fazer "arte". O importante é ter o controle da sua obra tanto no seu lado comercial ou artístico, manter padrões e alterá-los quando for necessário. Seguir tendências não é exatamente um crime se for uma coisa bem feita e coerente ao seu estilo. E se no futuro pensar em só viver de royalties, tenha um pouco de consideração com seus admiradores e garanta que seu legado esteja sendo mostrado de maneira apresentável.
Confesso aqui que viso trabalhar com meus personagens em outras mídias senão quadrinhos, afinal eu adoro animações, cinema e videogame, vê-los nessas mídias poderia ser criativamente desafiador. Também a aqueles que gostam de meus personagens, oferecer coisas como camisas e bonés... Megalomaníaco pode até ser, mas penso no futuro dos meus familiares, na criação de um mercado mais amplo de quadrinhos e demais seguimentos do entretenimento aqui no Brasil.
Claro, tem o outro lado, abriria mão de milhões para não fazer alguma coisa que não tenha absolutamente nada relacionado com o que faço ou tenha nenhuma afinidade com o que gosto.
Acho importante o artista manter as rédeas daquilo que cria, assim como Bill Watterson que não deixa mexerem em seus personagens mesmo tendo deixado de fazer sua produção com apenas uma década e assim como Maurício de Sousa que licencia os seus sob rígidas condições de traço e abordagem das histórias. Se deixarmos tudo para os outros corremos o risco de desiludir pessoas que admiravam essas criações e no fim começam a discutir infinitamente em seus twitters, fóruns e blogs abalando o interesse sobre a nona arte.
Quanto aos leitores, reitero que não se pode esperar muito de personagens licenciados por grandes editoras a não ser conseguir o contato direto seja qual for o jeito, pois são grandes elefantes que não enxergam nada além de sua necessidade e sobrevivência, temos que apenas chamar sua atenção sobre nossas necessidades. Quem sabe possamos parar as sagas manjadas, mortes/ressurreições e reboots sem sentido e apenas ler boas histórias.

Com a palavra:

Bill Waltterson

Entrevista com Mauricio de Sousa, feita ha algum tempo sobre seu trabalho. (Universo HQ) PARTE1 e PARTE2

Mark Millar (Superman: Foice e Martelo, Supremos) sobre o "reboot" da DC comics e grandes editoras.

segunda-feira, 16 de maio de 2011

Problemas da criação #15


A era da mudança
Por Rogério DeSouza

Os quadrinhos, segundo estudiosos no assunto, existem há mais de cem anos.
Mas vamos nos ater aos tempos contemporâneos, onde temos uma indústria existente desde o inicio do século vinte e ainda encontramos inúmeras histórias e personagens de vários tipos.
Alguns desses personagens estão ai até hoje mesclados ao nosso dia a dia, como se sempre estivessem existido.
Mas, o tempo é implacável, se vocês vissem o Erasmo Carlos hoje sabem o que eu quero dizer.
É! As pessoas mudam, no entanto os personagens dos quadrinhos continuam imutáveis para sempre... Bem, agora nem tanto.
Como bem sabemos tudo muda com o tempo desde nossa forma de pensar como nossa forma de vestir. Isso faz parte da evolução, seja para o bem ou para o mal.
Nos quadrinhos, existem personagens que pouco mudaram com o passar dos anos, pois sua fama é tamanha que transcende gerações, ignorando modismos e outras tentações capitalistas. Mesmo assim, eles se sustentam por base dos seus antigos leitores ou se ambientam em épocas específicas, como no velho oeste. As únicas mudanças que tais personagens poderiam sofrer apenas na estrutura de história e estética ou traço.
Mas sempre há o problema dessas criações se tornarem datados.
Para contornar esse problema, vários autores e editoras recorrem para “universos alternativos” um exemplo é a Turma da Mônica Jovem, uma linha alternativa dos personagens de Mauricio de Sousa para uma nova geração com um traço inspirado no mangá.



Outro fator referente a esses títulos alternativos (com o qual farei outro PDC sobre isso) é como as pessoas os encaram. Um exemplo óbvio é as séries animadas do Batman, nos anos noventa. Bruce Timm e Paul Dini criaram uma das melhores animações com o homem morcego de todos os tempos abrindo leque para animações do Superman e posteriormente para Liga da Justiça.






Com o tempo novas séries do Batman foram criadas como The Batman e Batman: the brave and the bold, tirando Batman Beyond que fora igualmente elogiada essas duas séries dividiram opiniões, pois as temáticas são diferentes. Uma frisa a nova geração e a outra a antiga geração pré- Neal Adams/Frank Miller (Era de prata) para atrair outra geração de fãs. O apego a uma vertente impede a apreciação da obra, independente de sua qualidade.
É o apego a cronologia, coisa que muitos leitores de quadrinhos são “vitima”. Qualquer coisa fora dela é vista como um insulto ao histórico do personagem.

No universo do cartoon, o que muda geralmente é o traço, ou seja, por evolução do próprio artista como o caso da própria turma da Mônica, Charlie Brown, Calvin e Haroldo (mudanças sutis, diga-se de passagem). Ou por trabalhar com artistas de estilos diferentes do original.
Em outros casos, no comics geralmente, os personagens vivem uma constante de mudanças irrefreável. Hora para atender aos tempos modernos e hora para atender os fãs mais conservadores. Os personagens mudam tanto física quanto mentalmente, muitas vezes seguindo uma tendência ou a visão de um artista conceituado.
Um problema neste caso se refere à inconstância na retratação do personagem diante de determinado público, gerando um conflito de gerações.
Mexer nestes ícones é tão polemico quanto ilustrar uma figura de Maomé, não importa o quão criativo possa apresentar a proposta sobre ele. Se ela for bem aceita durará o tempo que for, mas cedo ou tarde voltará ao seu antigo status. Se não for muito bem aceita rapidamente será desconsiderada.
Existem alguns exemplos de mudanças, como o casamento do Homem Aranha, a substituição do Capitão America e Batman por seus pupilos agora adultos, O Superman de Energia, Justiceiro anjo ou “frankeisntein”, Demolidor líder de um clã de ninjas, Batman/Bruce Wayne financiando outros vigilantes publicamente, O Quarteto fantástico mudando de uniformes e nome da equipe, etc...







Algumas destas idéias claramente são exageros, típicos para alavancar vendas ou simplesmente um equivoco criativo numa tentativa de tentar se reinventar diante de um público cada vez mais exigente e inconstante.
Quanto a esse assunto sou um pouco “chapa branca”, está certo que transformar um anti-herói urbano como o Justiceiro em anjo ou um sabe lá o que, é uma bobagem sem tamanho, pois é um personagem restrito ao seu ambiente, mais verossímil. No entanto coisas como fazê-lo caçar super-vilões usando armas incomuns esta dentro de sua índole em um universo de deuses e monstros é no mínimo aceitável.
O problema se reside a restrição do ícone, ou seja, o personagem mesmo tendo um histórico de mais de setenta anos, não tenha mudanças abrasivas em suas condições físicas, sociais e mentais. Muitos autores se afastam desse tipo de personagem simplesmente por não poder trazer nada de novo a ele. O complicado é que esse padrão tanto afasta quando fixa o fã. Para ser sincero isto me deixa confuso.
O mangá em sua grande maioria das obras, não sofre destes problemas, já que se trata de obras de um único autor e também possuir o básico: começo, meio e fim. Com isto os personagens podem mudar e evoluir com o passar da história até seu derradeiro final.
Um exemplo mais popular é Dragon Ball e suas fases, com personagens mudando tanto fisicamente, quanto mentalmente. Acredito que isto deveria acontecer nos comics também.
Olha, apesar de ser condescendente a isso, não quer dizer que eu vá transformar meus personagens infantis em adultos da noite pro dia, a coisa tem que ser espontânea além de rendimentos e audiência. O fato de não fazer isto agora é simples: É MUITO CEDO. Minhas criações não têm tantos anos de estrada para terem certo tipo de evolução, talvez nem queira que isto aconteça tão cedo, mas irá acontecer de alguma maneira.
Na minha concepção, quando trabalhamos com personagens e lhe damos uma linha temporal linear, tudo nela é passível de mudança, às vezes sutis e outras chamativas. Você pode deixar o personagem imutável incólume, mas tenha cuidado para não torná-lo cansativo, faço-o atingir algum objetivo para depois criar outro.
Não é crime mudar a aparência ou vestimenta de sua criação desde que tenha em mente que deva haver padrões com o qual o leitor se familiarize e que se adapte aos novos tempos.
Como leitores e autores nós temos que saber discernir as coisas e estarmos preparados para as mudanças, para o bem ou para o mal.

Cliquem aqui e reflitam...


Ah! Esse é o Dédis antigo (1984), gostaram?

quinta-feira, 24 de março de 2011

Problemas da Criação #14



A iniciativa dos tolos
Por Rogério DeSouza

Suponhamos que as redes de TV trabalhem com índices de audiência para determinar sua programação. Digo isso porque muitos não acreditam nisso, mas quem dá audiência a determinados programas de gosto, digamos duvidoso?
Eu não vejo BBB, por exemplo, mas o programa esta firme e forte no ar ocupando espaço de coisas melhores ou arrastando bons programas para a madrugada onde poucos podem assistir.
E quem votou no Tiririca? Eu com certeza não, mas muitos votaram e dizem que foi por protesto. Se for assim porque não votaram em alguém competente com propostas reais ou simplesmente anulassem seu voto?

Se dermos uma olhada por cima, diremos que há certa comoção para permitir que coisas que muitos achem insensatas aconteçam. Certa vez um amigo meu se queixou que uma banda internacional do circuito alternativo não faria mais um show em Porto Alegre (capital do Rio Grande do Sul) por um motivo: Falta de público. Em contrapartida um show do Luan Santana enche estádios inteiros...
Lembram do “Problemas da Criação 10” onde discuto sobre o ódio a determinado gosto que as pessoas tem a coisas populares. Porque estas coisas se tornam populares?
A meu ver, isso se deve a pessoas que sabem atingir seu público, por mais idiota que a idéia possa parecer elas tomam as iniciativas necessárias para conseguir o que querem. Assim como qualquer votação em um determinado grupo se mobiliza para que suas causas alcancem seu propósito.
Se me permitem dizer, acho que pessoas que tem gostos mais apurados ou alternativos simplesmente não se mobilizam, não acreditam que seu trabalho possa atingir a massa ou nem quer saber de atingir ninguém. O que me deixa um tanto perplexo é que estas mesmas pessoas reclamam da cultura das massas, tem uma vasta bagagem cultural que pode dividir com muitos.

Vejamos esta situação:

Quem lê quadrinhos conhece um personagem dos anos noventa de nome Spawn. Eu lia suas revistas e colecionei até o número 101. Mas este personagem é o símbolo de tudo que foi de ruim nos anos 90, segundo muitos amantes da nona arte, por suas histórias com muita imagem e pouco conteúdo. A revista era publicada aqui no país nos anos 90 até seu cancelamento em 2008.
Pois bem, Leandro Cruz, grande fã do personagem resolveu criar um manifesto pedindo o retorno do personagem às bancas.

Muitos desses amantes da nona arte diriam que ele é um tolo, pois isto não levará a nada e que sua campanha é inútil, etc.
Ao contrário do que alguns dizem a respeito disso eu acho a campanha do rapaz muito válida e digo louvável, pois ele tomou uma iniciativa, iniciativa tola. Espero muito que ele consiga seu intento e que possa ler seus gibis que tanto gosta.
Que tal os fãs de Akira fazerem o mesmo? Ou os fãs de Dylan Dog? Vamos tomar uma iniciativa tola e abrir mão de alguns preconceitos e desconfianças com relação ao público e ao mercado o que temos a perder?


Outra iniciativa estranha, mas bem sucedida foi na cidade de Detroit nos Estados Unidos, onde foi feita uma petição para a construção de uma estatua do Robocop que lógico a prefeitura não acatou então os fãs do Policial do futuro fizeram uma campanha para arrecadar dinheiro para fazerem uma por conta própria... E conseguiram!


Tudo esta como esta porque alguns tomaram iniciativa se mobilizando e outros não.
Os jovens egípcios com certeza concordariam com isso.

E o que isso tem a ver com criação? Se você criou uma história ou personagem e o esta divulgando para Deus e todo mundo, você já esta tomando uma iniciativa.
Se você esta se juntando a um grupo de artistas para fazerem um projeto em conjunto para atingirem um público maior, isto é uma iniciativa.
Se você opta por se dedicar apenas seu próprio mundo, tudo bem, não é errado. Mas por favor, não venha reclamar depois...

Também é uma boa iniciativa instigar as pessoas a lerem e assistirem coisas legais e verem seu ponto de vista sem insultar o gosto alheio. Afinal quem gosta de ser chamado de tolo?

Às vezes devemos tomar algumas iniciativas tolas para seguirmos em frente e espalhar o bom senso nas pessoas.

Quem sabe podemos mudar esta situação...
Genial tira de Laerte Coutinho.

terça-feira, 30 de novembro de 2010

Problemas da Criação #13



Vozes ao vazio
Por Rogério DeSouza
Eu adoro ler sites de noticias de cultura pop para saber o que anda acontecendo. Como leitor de HQ, gosto de ficar por dentro das coisas, mesmo que não forem relevantes ao que eu faço ou aprecio.
Muitos desses sites e blogs tecem seus comentários sobre o que sai no mundo do entretenimento. Em sua maioria saem criticas a conduta de determinado filme, gibi ou livro. Eu mesmo já fiz muito disso aqui.
Suas opiniões influenciam (mesmo que eles não reconheçam) inúmeras pessoas que freqüentam seus blogs e sites.
Um dia parei para pensar e me fiz à seguinte questão:

SERÁ QUE OS CRITICADOS NOS OUVEM?

“É óbvio que não”, você vai dizer. Mas vamos fazer um exercício de imaginação. Se por acaso o Frank Miller ouvisse as criticas com relação ao filme “The Spirit”?
Qual a explicação que ele daria? Será que ele iria concordar ou iria fazer-se de surdo e não dar à mínima importância a opinião alheia?

Tenho lido blogs de pessoas informadas que tecem seus comentários sobre tudo. Um desses falava sobre o mercado de distribuição e a editora Panini dizendo dos erros freqüentes quanto o tipo de distribuição. No comentário do amigo, ele questiona sistema de assinaturas da editora e exemplifica algumas possíveis soluções ao problema.
O que aconteceria se a Panini respondesse a ele? O que iriam falar?

Acho que o Stallone deveria ouvir o Hell do site melhores do mundo, que falou como seria uma continuação de “Os Mercenários”. Bom, pelo menos ele deve ter ouvido alguma critica com relação ao que ele falou sobre brasileiros para responder coisa do tipo: “Desculpa, foi mal...” embora para muitos não tenha sido o suficiente.

O diretor Uwe Boll chegou a responder as criticas aos seus filmes de uma forma inusitada: No ringue de boxe, enfrentando seus detratores. O que lamentavelmente seja uma prova de sua ignorância diante do público.
Recentemente, durante a estréia de mais um filme da série que adapta muito mal o jogo Residente Evil a protagonista (a atriz Milla Jovovich) dos três seguimentos põe-se a responder as criticas voltadas a sua personagem que não existe nos games, admitindo que foi criada especificamente para o cinema para abranger um público muito maior que não conhece e não joga games. Isso não minimiza o desconforto de mudarem tanto um jogo que já tem uma linguagem cinematográfica, mas há o elo da comunicação e o reconhecimento de que a intenção não é agradar somente os fãs dos jogos que rejeitam a franquia, independente da qualidade de roteiro ou atuações.

Acho que o ser humano adulto tem tendência a ser arrogante, mesmo que por alguns momentos. Dificilmente uma pessoa aceita uma critica de inicio, Renato Aragão (Didi) nunca as ouve, pois acha que protege seu estilo de fazer humor, cujos muitos acham ultrapassado. Por um lado é bom, pois o artista tem que realmente ter liberdade criativa por si próprio, não pode ficar seguindo idéias de outros por mais que sejam boas, mas por outro lado perdem a ancora do bom senso e do mundo ao seu redor.

Como autor, procuro sempre saber o que acham do meu trabalho, pode parecer até paranóia da minha parte, mas acho importante. Talvez nem concorde com o que é dirigida a minha pessoa, no entanto leio mesmo assim e reflito sobre o assunto.
Sinceramente, gostaria que todo artista, conglomerado de entretenimento e demais serviços, vissem/ouvissem o que o público em geral fala sobre eles, mesmo não concordando, então criasse a discussão e prováveis soluções para que possamos apreciar nossos gibis, séries e filmes sem preocupações.
Acrescento aqui o que andei lendo no blog do Universo HQ sobre a opinião deles da Rio Comicon e como nos comentários da matéria alguém da organização do evento se prontificou a responder todas as questões sobre o não comparecimento das editoras, infra-estrutura, etc... Gostei muito do tom da conversa bem civilizada por parte de ambos os lados.

Infelizmente, na maioria dos casos, o contato se torna distante e embora falemos a mesma língua, nossas idéias se divergem. O outro lado se protege de um muro de vaidade enquanto as palavras são ditas e não respondidas ou questionadas criando alicerces de ódio e indignação muitas vezes confundida como trollagem por conseqüência o muro ou a parede se torna mais alto e inexpugnável e nossas palavras se tornam apenas bites de memória na rede mundial.

Será que poderemos mudar isso...

Não. Desculpe. O que quero dizer é:

Vamos mudar isso, por favor?

E de que adianta escrever isto? Ninguém vai ler mesmo...


quinta-feira, 15 de julho de 2010

Problemas da Criação #12




A mecânica das grandes decepções.
Por Rogério DeSouza

Decepção é um sentimento comum, muitas vezes a gente espera uma coisa acontecer e não acontece. É universal...
Afinal, você já não ficou decepcionado com seu time que não vence, tipo a Seleção Brasileira nesta Copa? E seu namorado que a trocou por outra ou o governo que promete e não cumpre etc.
Na cultura pop não é diferente, em filmes, seriados e até em games, os consumidores se decepcionam com as coisas que tanto apreciavam cair gradativamente de qualidade com o passar do tempo.
Ouvi dizer que muito dessas decepções vem por causa da expectativa, um grande problema, pois muitos filmes e gibis vêm com trailers e previews que mostram parcelas de imagens que muitas vezes caem no gosto do público, mas no final quando vemos o produto por inteiro vemos que é muito abaixo do que fora exibido nas amostras. Coisas do marketing, Blade Runner sofreu com isso por muitos anos, não pelo filme ser ruim (o que não é!), mas foi vendido como um filme de ação. Na verdade é mais um filme de ficção cientifica filosófico, misturado com cinema “noir” de detetive dos anos 30. Decepcionou quem esperava um cara detonando replicantes para todo lado e só depois de anos conseguiu o reconhecimento do público.
O que me levou a esse texto foi o fim da série Lost, que depois de seis temporadas com muitos mistérios deixou seus fãs até certo ponto decepcionados. Eu não vi a última temporada ainda, então não posso dar uma opinião sobre ela. Mas isso é o reflexo de não trabalhar bem o desfecho de uma trama.
Todos nós sabemos que histórias têm começo, meio e fim. São elementos básicos de qualquer argumento. Se não souber aonde ir com a trama, ela não terá um fim satisfatório, se é que conseguem chegar a um fim.
Defendo a tese que em qualquer elaboração de história você tenha um fim em mente desde o começo, sem rodeios. O meio da trama pode até ser alterado, mas tem que chegar a aquele final.
Já disse em outras ocasiões que a publicidade em cima da trama muitas vezes pode comprometer a credibilidade da mesma se for mal empregada e a decepção é uma das conseqüências. Pode alçar vendas naquele momento, mas posteriormente seus trabalhos serão mal vistos pelo público.
Vou mostrar alguns exemplos:

Arquivo X, na trama temos a dupla de investigadores do FBI Fox Mulder (David Duchovny) e Dana Scully (Gillian Anderson) designados a resolver casos sem solução que tenham teores sobrenaturais. Durante a série, houve uma trama maior envolvendo ligações entre o governo e alienígenas, sendo considerada a mitologia da série.
Foi um grande sucesso na década de noventa.
Quando falhou:
Segundo ouvi falar foi o fato da própria conspiração perder o seu foco nas últimas temporadas, também a saída do ator principal que começou a aparecer ocasionalmente na trama. O programa começou a cansar o espectador. Como resultado, o final foi mais um alívio do que uma grande despedida da série, muitos já até desistiram de assisti-la antes de seu final.

Smallville, é a história de Clark Kent um jovem que vive na cidade que da nome a série no Kansas. Na verdade o rapaz é o ultimo sobrevivente do planeta Kripton e veio a Terra ainda bebê numa nave durante uma chuva de meteoros. O sucesso veio do fato que esta é uma versão da origem do Superman e a história se passa antes do jovem herói assumir esta identidade, a série trouxe de volta alguns conceitos da “era de prata” do herói como as Kriptonitas coloridas e a amizade com seu futuro antagonista Lex Luthor.
Quando falhou:
Ta sei que a série ainda faz certo grau de sucesso, mas decepcionou muitos fãs inclusive a mim. Chegou a um ponto que a trama tomou um rumo diferente do que se pode chamar de origem do Superman, acrescentando elementos incoerentes a sua história. Personagens que literalmente não deveriam estar nesta fase da vida do herói são colocados para chamar a atenção. O pior foi quebrar a tríade da série que se baseava em Clark Kent, Lex Luthor e Lana Lang, os dois últimos atores saíram da série e o personagem principal, saiu da cidade de Smallville o que deixa o nome da série sem propósito. Sem falar de coisas relacionadas a tramas fracas e interpretação abaixo do esperado de seu elenco como os críticos da série relatam.

Como se vê acima, não é necessário ser um fracasso para decepcionar.

E de que maneira podemos fazer para não decepcionar o fã ou espectador ocasional? A meu ver, deve haver um jogo de cintura, pois cada indivíduo que tenha o costume de ler ou assistir series em geral, tem sua própria visão da coisa. Daí, voltamos ao “monstro” da expectativa. Não basta dar ao público o que ele quer e sim fazer uma boa história, coerente com o que se fez em toda a trama (Isto é, tirando qualquer coisa feita pelo Monty Python e assemelhados). Eu sempre que posso releio tudo que fiz na história para não criar algum furo que possa comprometer sua conclusão.
Grandes filmes e seriados têm dificuldades neste quesito pelo motivo de haver muitas pessoas envolvidas com visões dispersas sobre a mesma. As grandes sagas dos quadrinhos americanos isto é evidente nos “time ins” ou histórias paralelas a saga principal.
Vendo a situação neste ponto, creio que o melhor é derrubar o monstro da expectativa, não prometendo absolutamente nada e se comedindo nos previews.

Embora eu não queira, com certeza irei decepcionar muitas pessoas...

segunda-feira, 21 de junho de 2010

Problemas da Criação #11



Quadrinho nacional parte04


Heróis da resistência
Por Rogério DeSouza

Há um pouco mais de dois anos , criei este blog onde coloco minhas tiras e histórias em geral periodicamente.

O que ganhei com isso?
Pessoalmente acho que ganhei um meio de continuar produzindo histórias, falar um pouco de tudo e expor meu trabalho para todo mundo.

Mas financeiramente não ganho literalmente nada.

Daí vão me questionar:

Por que não enviei meus personagens para alguma editora publicar?
Bem, pelo simples fato de que apesar de possuir material próprio, não tenho o suficiente para lançar algo com qualidade para ser publicável em bancas ou livrarias no momento. E claro que, somam-se a isso problemas pessoais e estratégicos aos quais espero contornar. Tenho um emprego sim, seguro e remunerado, graças a Deus e faço de tudo para que isso não interfira nos meus desenhos.

Por não ganhar basicamente nada pelas minhas criações vocês devem se indagar o porquê de continuar. Quando a satisfação de meus desenhos e histórias vai acabar numa obrigação e em seguida resolva acabar com meu blog?

É cedo para dizer isso. Espero que isto nunca aconteça comigo e a outros amigos.

Já falei várias vezes aqui que é difícil viver de quadrinhos no Brasil. Mas há artistas que resistem de um modo ou de outro fazendo fanzines ou publicando na web.

Os fanzines são uma maneira de expor seu trabalho para mais pessoas (além de sua mãe, Ehehehe...) você pode vendê-lo para as pessoas através de correspondência, como fez Renato Guedes com seu Almanaque Meteoro ou se você for amigo do dono da banca da esquina, poderá colocá-lo lá também. Geralmente, para fazer suas tiragens, o fanzineiro recorre a gráficas expressas (ou Xerox), mas é possível dependendo da tiragem, fazer seu fanzine numa grande gráfica o que pode garantir qualidade do material.
Fazer acordo de publicidade com a gráfica ou ter patrocínio é uma boa maneira para baratear os custos.

Tenho o conhecimento de muitos artistas iniciantes que fazem fanzines de boa qualidade gráfica, como é o caso do Estúdio Teatro de Nanquim que fez dois números belíssimos do Alexandria. Sem falar de outros como Vrill de Marcio Cabreira, Raffe de Daniel Dias, 25 de Julho de Diego Moreira, Jeferson Cardoso e outros.
Um dos mais antigos que conheço é o Quadrante Sul, que desde o ano passado lançou seu quarto número depois de 20 anos.


Claro que esses que eu citei não são muito reconhecidos pelo grande público, mas eles continuam na labuta, a duras penas, mas continuam.
Iniciativas como as do Quarto Mundo, uma cooperativa de artistas independentes (já citados aqui aliás) é um notável exemplo a dedicação ao trabalho autoral que criou um método alternativo para distribuição destes trabalhos pelo país. Fora ela, a Júpiter 2, tem ajudado com demais artistas obscuros.

Pela internet a coisa é mais expressiva, principalmente com as webcomics. A tecnologia desse meio permite maior exposição ao público em geral. São muitos blogs e sites aos quais inúmeros artistas colocam sua cara a tapa para uma parcela de pessoas muito maior.

Tenho acompanhado trabalho do pessoal do site HQ nado que periodicamente publica HQs virtuais. Abriga histórias tanto de heróis e outras com leve estilo manga.
Cartunistas são bem comuns nesta área, já que a produção de uma tira é mais rápida em matéria de estrutura.
Temos quadrinhos tipo Homem Grilo (Cadu Simões), Magias & Barbaridades (Fabio Ciccone), Espedito (Ricardo Jaime), Fandangos Suicida (Guilherme Bandeira), Mundico (Takren), Nem Morto (Leo Finocchi e Bart Rabelo), Levados da Breca (Wesley Samp) e muitos outros.
Algumas vezes, esses artistas se juntam para fazer brincadeiras entre os blogs tipo este último da Copa do Mundo em que participei.

Em suma, nós não estamos ficando ricos ou famosos, mas pelo menos não paramos. Podemos não ser muito bons em desenho ou roteiro, mas estamos ai, apesar de tudo.

Você que esta iniciando na arte de fazer histórias, digo que não sou do tipo mais apto a dar conselhos, mas darei.

Se você tem uma história com começo, meio e fim pronta, publique.
Se criticarem negativamente seu trabalho, respire fundo. Não seja arrogante, reveja o que fez e continue.
Se você não sabe desenhar e quer fazer gibis, escreva. Se não achar um desenhista, faça um livro. É literatura, mas é um começo.
Se você só sabe desenhar, desenhe. Tenha um portifólio ou galeria.
Se tiver problemas financeiros, domésticos, etc... Espere passar, mas não pare.
Leia, faça cursos, pratique, seja critico com você mesmo, ouça profissionais, mas nunca pare.

O mais importante de tudo é não parar nunca. (Cara... Como sou redundante... Desculpem...).

Digo isso tudo, pois lamento ver pessoas mais cultas, determinadas e talentosas do que eu largarem tudo assim. Como criaremos um cenário para podermos trabalhar em quadrinhos no Brasil se não respeitamos nosso trabalho e o trabalho alheio? Como conseguiremos nosso espaço se achamos tudo ruim e não educamos para melhorar? Como poderemos nos desenvolver como quadrinistas se não tentarmos?

Pois é, fica a questão.

terça-feira, 8 de junho de 2010

Problemas da criação#10





ISTO É UMA MERDAAAAAA!!!
Por Rogério DeSouza

Sentiu o ódio no titulo, não é?


Bom, começo declarando que tenho um gosto musical muito eclético. Muito, mesmo. Gosto desde Roxette até Radiohead, de Oasis até Blur, de Raul Seixas até Mamonas Assassinas e por ai vai...
Difícil definir meu gosto musical, pois me ligo mais na música em si do que o músico ou em outras palavras, se gostei da música, esta no meu playlist. Se uma banda ou músico tem bastante musicas que eu ache bacanas compro seu CD ou baixo suas musicas.
É mais fácil saber o que não gosto: PAGODÃO, FUNKÃO, SERTANEJO e AXÉ. Mas não se preocupem, amigos que gostam dos gêneros, eu não os ODEIO.
Já vi pessoas se sentirem incomodadas por ouvirem esses tipos de musica em um ambiente (que nem sempre o volume está tão elevado), sinceramente às vezes me pego nesta situação. Aos gêneros musicais que me referi, digo apenas que o “pagodão” citado é o pagode mais popular, os que mais aparecem na mídia, quanto ao funk, sou adepto do velho e bom James Brown e não esses de letra exageradamente obscena. O Sertanejo até respeito pela sua ligação com o pessoal do campo, mas não é um gênero que me cative muito, assim como Axé cuja sua função apenas se limita a fazer grupos de pessoas dançarem a exaustão, para mim não serve para se ouvir no mp3 por exemplo. Mas são gêneros muito, mas muito populares e alvo de muito, mas muito ódio.
O motivo esta num misto de sua qualidade não ser das melhores e uma galeria de admiradores muito grande. Muitas vezes esses fãs exaltam seu gosto musical ouvindo suas musicas em seus aparelhos de som em alto volume sem medir o gosto das pessoas a sua volta, como conseqüência a irritação se volta para o gênero musical, pois algo que poderia ser ignorado é imposto aos seus ouvidos sem a sua concessão. E como é popular, o gênero domina grande espaço da mídia, sobrando pouco espaço para outros.

Bem, esse texto surgiu, após reler “problemas da Criação 07” onde faço a seguinte pergunta ao leitor:
“Você odeia mais Naruto ou odeia os fãs de Naruto ou simplesmente odeia a popularidade em cima de Naruto?”.

Posso estar enganado, é claro, mas o fato de odiar um gênero cultural a ponto de perder a compostura origina da popularização exagerada do mesmo e não do gênero em si. A pessoa se sente ofendida pela maioria que impõe seu gosto sobre o dele, mas geralmente não é a intenção deles e sim do mercado.
Saindo um pouco da música, nos quadrinhos, os mangás têm muitos detratores. Isto devido às editoras tentarem adaptar os seus personagens não mangás ao gênero (banalizando-o), atraindo o mesmo público. Isto enfurece os fãs tradicionais que chamam o gênero de “modinha” fazendo pouco caso dos “otakus” (pessoas que gostam de mangas, animes e cultura japonesa em geral). Mangá, para quem não tem idéia, nada mais é do que os quadrinhos feitos no Japão que é bem diversificado em matéria de conteúdo, assim como sua arte característica e enquadramento dinâmico, muito diferente dos comics americanos por exemplo. O irônico é que os fãs de mangá pensam quase o mesmo dos fãs de outros gêneros.
Muitas vezes o ódio não é voltado a um gênero e sim a um personagem, história, banda, escritor, desenhista, etc...
Vejamos Harry Potter, um jovem mago vindo da literatura juvenil é muito odiado assim como é amado, o motivo de se voltarem contra o personagem além de sua popularização atrelada a uma qualidade mediana de suas histórias é pelo personagem ser considerado um suposto plágio de Tim Hunter da série Livros de Magia da Vertigo/DC comics, também é um jovem mago com as mesmas características físicas de Harry. Neil Gaiman escritor da série da Vertigo, não acredita que a criadora de Harry Potter (J. K. Rowling) tenha plagiado Tim Hunter, mas vai convencer os fãs de Livros de Magia...
Hoje o maior causador de ódio é Crepúsculo, sobre o romance entre uma garota e um vampiro, que brilha ao sol ao invés de virar cinzas. Essa visão diferenciada da escritora Stephenie Meyers sobre vampiros e lobisomens (além da sua escrita) vem causando ódio e escárnio entre os fãs do gênero.
A incompetência e deficiência do autor também chamam a atenção, pois como desenhistas do tipo Rob Liefield estão no mercado enquanto artistas mais competentes nunca conseguem uma chance digna? Por que diretor Uwe Boll consegue fazer adaptações cinematográficas ruins de Vídeo games por tantas vezes? Ai a indignação é justificada, mas apesar disso eles continuam...


Pior é quando um artista, outrora competente, criador de obras cai de nível. Como o caso de Frank Miller, Jeph Loeb, John Byrne, George Lucas, Michael Jackson (que voltou aos bons olhos do público após sua morte)... O público é implacável e de memória curta...

Outro capítulo curioso é o ódio a um determinado personagem, isto é, um ser fictício. Muitos deles são em parte erros de abordagem do autor que tem certo “carinho” por sua criação e o mantém. Outros, considerados ultrapassados e inúteis são mantidos por sua importância histórica.
Em minha opinião acho esta modalidade de “odiar personagens” um pouco tola, basta apenas mudar ou rever o conceito do mesmo, pois diferente de uma pessoa ou gênero, isto pode ser melhorado.

Cito aqui personagens como Robin, Jar Jar Binks, Aquaman, Anjo, Jimmy Olsen, Superman, etc...

Aos de gosto seletos...

Cada um tem seu gosto e como dizem: “Gosto não se discute”, mas outros rebatem dizendo que “Gosto não se discute... Se lamenta”. E é isso, afinal como as pessoas podem não possuir o meu bom gosto? São todos tão errados assim? Como podem ver aquele filme, escutar aquela música, ler aquela porcaria de livro? Por que existem poucos de nós?
O resultado é que o individuo se "isola" em seu mundo, com seu pessoal onde se sente bem, distante daqueles débeis conformistas modistas.
É notório para você que se sinta assim, possa estranhar, mas o oposto também sente o mesmo. Entenda que nem todas as pessoas têm as mesmas preocupações e dilemas que vocês... Veja o caso do comentarista e cineasta Arnaldo Jabor com relação ao elogiadíssimo filme Batman o cavalheiro das Trevas, o homem tem uma visão tão intelectualizada e engajada que faz pouco caso do que para muitos é uma obra cinematográfica de ação, ele estreitou sua visão no que ele conhecia e de como ele vê a vida, assim como Dioclécio Luz com relação com a Turma da Mônica.
Ambos não parecem entender que há certo relaxamento da realidade em que vivem, despreocupação da realidade dura, pois por que você acha que sua mãe vê novela? Você a acha tola por isso? Por que seu pai ouve Só pra contrariar após chegar ao trabalho? E sua irmãzinha guarda gravuras de Crepúsculo? E será que eles não podem se sentir o mesmo desprezo pelos seus gostos assim como você sente com os deles?


E você consumidor de coisas por demais populares...

Entendam que existem seguimentos culturais mais abrangentes aos quais podem parecer chatos ou coisa de maluco, mas tem tanta importância quanto as suas musicas e programas dominicais. Entenda por que aquele seu amigo não quer ir para aquele pancadão ou seu namorado detesta vampiros brilhantes. Não é necessário você se estender em textos longos como este para explicar sua preferência basta apenas dizer:

Gosto disso, porque para mim, é legal.

Não se sinta culpado por gostar de coisas de pouca expressão cultural ou ofendido por ser acusado disso, apenas não sufoque as pessoas com suas preferências e vice versa.


Aos artistas.
(a quem dedico totalmente este texto)

O artista tem que ter a noção que não agradará a maioria das pessoas, aceitar criticas construtivas e ouvir as destrutivas (com cautela, afinal ninguém tem sangue de barata!), tentar melhorar ou expor suas dificuldades, se abrir ao público, admitir erros e procurar não repeti-los (como sempre falo, aliás). Como disse em outra ocasião:

O público é frio e cruel, não esta nem ai para você, não vão te ajudar ou dar conselhos, apenas te aceitar ou te rejeitar. Eles não aceitam erros porque sofrem com eles.

Tente não seguir modas, mas trabalhe com elas, brinque. Se for inevitável crie coisas alternativas (afinal a existência da Turma da Mônica Jovem não extinguiu a turma tradicional).
Cuidado com a superexposição, embora isso possa colocar o nome de sua criação em evidencia pode cansar o público.



Como autor iniciante, procuro agradar quem eu puder, pois é praticamente impossível “agradar Gregos e Troianos” ou manter a qualidade de trabalho por muito tempo. Já digo desde agora que não sou do tipo que busca originalidade, nem procuro o sentido da vida, tenho ambições de viver da minha arte, apesar das dificuldades pessoais e financeiras. Vou procurar melhorar meu trabalho e não incomodar muito. Mas se eu errei, errei. Simples.

Todos nós queremos nosso espaço, uns querem iluminação outros querem apenas se divertir enquanto outros querem o meio termo.

Temos que conviver com isso.

segunda-feira, 24 de maio de 2010

Problemas da criação#09



O politicamente correto e o moralismo matam o humor
Por Rogério DeSouza




Há algum tempo atrás, assistia todos os sábados após a meia noite o Adult Swim, um bloco de desenhos animados voltado para o público adulto do canal pago Cartoon network.
Sem explicação alguma, o programa desapareceu e nunca mais o vi. Tentei achar respostas para isso, mas nenhuma foi me dada.
Pois bem, Adult Swim mostrava animações de humor com teor adulto, não tinha nada demais em seu conteúdo, apenas insinuações sexuais e alguns palavrões. Mais tarde, vi um desenho do Pernalonga em que reparei que seu final foi cortado, nele, o coelho e seu inimigo naquela ocasião fazem “roleta russa” após perderem uma eleição. E ai senti que algo estava errado, muito errado.
Vocês já viram o programa do Didi atualmente? Bem, nem sempre foi assim, na época dos Trapalhões era muito mais engraçado. Neste período dourado, o saudoso Mussum dizia coisas como “Quero morrer pretis! Se isso não for verdade!” a nota é que o Mussum é negro... Ops! Afro-descendente!
Nossa! Isso era engraçado, o humorista avacalhando a própria raça coisa que hoje em dia não se vê com freqüência em programas mais populares.
Hoje os remanescentes dos Trapalhões vivem de piadas bobas, previsíveis e contidas, pois seu público mudou infelizmente a transição na minha perspectiva, ficou a desejar (claro entre uma eventual risadinha e outra).


As lições que se transmitem em desenhos animados, geralmente voltados para as crianças, são introduzidas nas tramas de maneira maniqueísta e forçadas o que compromete o valor da história em relação a querer ensinar algo.
Isto acontece em novelas, por exemplo, vi uma cena em que a personagem paralitica tenta entrar num ônibus adaptável e se segue uma cena tão didática quanto uma propaganda do ministério da saúde... Constrangedor no mínimo.
Esse tipo de coisa não ajuda em nada, tanto em transmitir uma mensagem, quanto à trama da novela.

Os desenhos animados americanos estão ficando para trás dos animes japoneses exatamente por essa questão. Por que um herói vai usar uma arma se não vai matar ou ferir o adversário?
Nos anos oitenta, achava ridículo o fato dos G.I Joe atirarem nos Cobras e todo mundo sair ileso enquanto aviva minha lembrança de Pirata do Espaço (Groizer X) e Patrulha Estelar (Yamato) onde as naves explodiam e os pilotos raramente saiam vivos de lá.
Mas nem sempre isso ocorria nas animações americanas, Johnny Quest era o melhor exemplo, aliás grande parte dos heróis da Hannah – Barbera da época tinham tramas mais densas onde os antagonistas tinham finais trágicos. Bons tempos eram aqueles, mas precisamos proteger nossas crianças, não é verdade?
Protegê-las das mentiras do Pica-pau, da violência de Tom e Jerry, da malicia do Pernalonga... Meu Deus! Isto é uma bobagem!
É humor! Politicamente correto não combina com o humor, pois o limita e muito. Quer proteger seu filho? Veja TV com ele! Eduque-a você mesmo!
É claro que para termos uma sociedade correta é necessário limites, mas temos que aprender a rirmos de nós mesmos, aceitar nossos defeitos como o "sarará" que vos escreve que tem uma voz que não condiz com a região onde mora...
He-man poderia ser um ótimo desenho, pois para mim havia certa profundidade entre os personagens... Sabia que a rainha, mãe do herói, era uma astronauta da Terra? Pois é, esse tipo de coisa que me atraia para aquele desenho cujo no final sempre tinha uma lição de moral no final de cada episódio e era isso que muitas vezes atrapalhava trazendo uma incomoda incoerência maniqueísta ao ritmo da história forçando uma situação. Claro nem todos os episódios eram assim.
Ah! Thundercats também tinham esse devaneio moral de vez em quando... Bem, não são exatamente animações com humor, mas é um exemplo.

Mais adiante, Simpsons e Família Dinossauro são exemplos de como uma lição deve ser transmitida com o humor, de maneira acida e que não zombe da inteligência do telespectador.

Não ponha o politicamente correto e moralismo acima de sua história. Deixe o didático para vídeos educacionais, se concentre na trama, não force a situação, deixe-a fluir.
Um personagem pode fumar chamar outro de “crioulo”, ficar irado, dizer palavrão, até matar... São as conseqüências de seus atos que levarão o espectador a um dilema moral ou em outras palavras a pensar nele.

Bem, voltarei a falar mais sobre esse assunto adiante.

quarta-feira, 12 de maio de 2010

Problemas da Criação #08


O quadrinho brasileiro parte03


De fora para dentro
Por Rogério DeSouza

No programa Roda Viva da rede Cultura, assisti uma entrevista com a dupla de artistas Gabriel Ba e Fabio Moon que fizeram relativo sucesso no concorridíssimo mercado internacional das histórias em quadrinho, ganhando diversos prêmios.
Como resultado, ganharam destaque na mídia e pela primeira vez uma minisérie um título totalmente feito por artistas brasileiros é lançado lá fora chamada Daytripper, publicada pelo selo Vertigo da DC comics.
Quem diria... Voltando mais no tempo, quando freqüentava a falecida comic shop Planeta Proibido, me lembro de ver a capa de um pacato fanzine chamado Dez pãezinhos ao qual achava superior demais para minha leitura na época, mas sempre me fisgou um pouco de curiosidade sobre a criação de BA e Moon.
Fico muito contente em ver coisas assim. E senti muito orgulho em vê-los tão evidencia hoje, fazendo um trabalho realmente bom e honesto.
Mas essa fama deles se deu por uma simples questão: Fazendo trabalho fora do mercado nacional.

Isso ai amiguinhos, nossos heróis tiveram que sair de sua pátria para conseguirem trabalhar com quadrinhos e terem o devido reconhecimento. Mas os gêmeos não foram os primeiros e nem serão os últimos (espero!).
Desde final dos anos 80 e inicio dos anos 90, desenhistas brasileiros têm conseguido trabalho fora do país, para editoras americanas e de outros países.
Com o uso de agenciamento e indicações, estes artistas entraram em evidência, chegando a fazer desenhos de personagens muito conhecidos das editoras Marvel e DC.
Um dos nomes nacionais mais conhecidos lá fora é o de Mike Deodato Jr. (ou Deodato Taumaturgo Borges Filho) que chegou fazendo trabalhos para editoras menores, até chegar na Mulher Maravilha cuja sua estilização da figura feminina chamou muita atenção na época. A partir daí fez trabalhos para Image e mais tarde para Marvel onde se fixou. Fez desde Elektra até Vingadores, Hulk e Homem Aranha.
Paralelo a ele temos nomes como Roger Cruz, Marcelo Campos e Luke Ross (Luciano Queiroz), esses três últimos, tive o privilégio de conhecer quando passaram pela capital gaúcha, por intermédio do curso ministrado pelo amigo e professor Daniel HDR, que também faz trabalhos para fora em títulos como Lady Death e X-men.

É inegável que embora os anos 90 tenham sido conhecidos como “era Image” foi um período produtivo para artistas que trabalham com quadrinhos. Com a fama desses artistas houve grande incentivo por parte dos iniciantes que começaram a freqüentar cursos, criar fanzines e buscar seu espaço no meio.
O fato chegou a chamar a atenção do mercado nacional onde tiveram tentativas de títulos que não se consolidaram como Linha de Ataque, Terra 1, U.F.O Team e outros menos expressivos.
Para trabalhar neste meio é muito difícil, o artista tem que se dedicar, praticar, aceitar criticas, aceitar prazos insanos, passando até noites acordado. Isso tudo se você conseguir um agente, um contato com grandes editoras, se não for dessa forma, aprenda inglês e parta com sua pasta cheia de páginas para as convenções americanas. Foi o que fizeram esses desbravadores, VARIAS vezes engolem muito sapo como, acreditem ou não, serem chamados de “traidores” o que estas pessoas não entendem é que literalmente não há mercado para HQs por aqui, tirando o Maurício de Sousa, um artista não pode viver só de quadrinhos no Brasil e é por isso que eles tem que ir para onde isso é viável.
Claro que com a experiência que eles adquirem lá fora, conseguem finalmente produzir coisas aqui dentro como álbuns independentes ou administram cursos de histórias em quadrinho formando assim novos artistas.

Hoje em dia, temos muitos artistas espalhados pelas editoras americanas e de outros países, fazendo o que gostam, entre eles estão:
Renato Guedes, Ed Benes, Ivan Reis, Eddy Barrows, Rafael Grampá, Joe Prado, Marcio Tanaka, Rodney Buchemi, Adriana Melo, Joe Bennet, Rafael Albuquerque, Eduardo Pansica e outros.


Abaixo vou colocar links de depoimentos destes artistas e dicas a respeito do assunto.

http://www.hcast.com.br/hcast/index.php/ep-13-desenho-e-arte-final/

http://www.interney.net/blogs/melhoresdomundo/2010/04/16/podcast_mdm_68_mdm_entrevista_eddy_barro/

http://www.interney.net/blogs/melhoresdomundo/2010/03/19/podcast_mdm_64_duas_geracoes_de_desenhis/

http://www.argcast.com/#/podcast/049-especial-garotas-nos-quadrinhos/

http://hqmaniacs.uol.com.br/principal.asp?acao=materias&cod_materia=313

http://hqmaniacs.uol.com.br/principal.asp?acao=materias&cod_materia=594


http://www.bigorna.net/index.php?secao=entrevistas&id=1246015546

http://www1.folha.uol.com.br/folha/ilustrada/ult90u43087.shtml

http://omelete.com.br/quadrinhos/revista-destaca-cinco-desenhistas-brasileiros-em-ascensao-nas-hqs-dos-eua/