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domingo, 22 de novembro de 2015

Preferências televisivas culturais


terça-feira, 8 de outubro de 2013

Julgando gostos


domingo, 21 de julho de 2013

Problemas da Criação #24


O fenômeno da história ruim. 
Por Rogério DeSouza 

  Num  momento eu pensei: “Como fazer boas histórias”, mas daí eu percebi que seria uma coisa difícil de fazer, pois não tenho a noção de que minhas histórias são o suficientemente boas, na minha perspectiva inicial sim, mas no geral não tenho idéia exata do que as pessoas acham do que faço, por isso não posso me dar o luxo, pelo menos em minha opinião, de dizer como fazer histórias boas. Mas vou num caminho contrário. Baseado em inúmeras resenhas, opiniões e meu próprio ponto de vista vou falar sobre histórias ruins e como elas acontecem ou não, tanto nos quadrinhos, cinema e outras mídias. 

 O primeiro quesito ao qual posso começar é a ambição, ou seja, cenas de impacto, visual dos personagens e ambientação, bons efeitos, investimento maciço... Apenas isso. Nenhuma história ou trama que ajude a nos envolver com os personagens, apenas quer vendê-los ao público usando o visual. Ha muitas situações em que se apropriam de uma marca/personagem já consagrada e usa sem se ater no que fazia aquilo bom. Isto é um dos principais problemas da indústria, tanto dos quadrinhos quanto do cinema.
Atrelado a isso vem o segundo quesito: Carência de criatividade. Quando fazemos histórias em escala industrial não temos muito tempo para pensar em novas idéias e tão pouco arriscar colocá-las no mercado, pois o retorno tem que ser imediato. Há um abuso substancial nos clichês ou o pensamento equivocado de que a história possa se sustentar apenas neles caracterizando pouca inspiração.
Mesmo assim gostei dessa história.

O desleixo é uma causa comum, tanto na indústria, quanto no independente (no qual me incluo). É deixar todos esses erros acontecerem. Até comprometendo a parte visual da obra. Também uma falta de pesquisa mais aprofundada naquilo que quer fazer e falta de preparo ou instrução contribuem a pouca qualidade do material. Isto ocorre muito com iniciantes independentes que sem um mentor ou editor às vezes não percebem os erros que cometem. Já se for algo mais profissional, a culpa recai sobre a equipe criativa inteira, que muitas vezes acha que a fórmula do que quer que esteja fazendo irá sobrepor as falhas óbvias. E muitas pessoas envolvidas podem até atrapalhar o processo criativo.
Mesmo sem tecnica alguma já fazia histórias para públicá-las, hoje ainda cometo erros, mas isso deixaremos para ver depois.

E é ai que vamos a um termo que ouvi de meu colega Rodjer Goulart (Dragão Escarlate) que guardo na cabeça até então: Excesso de criatividade. É você colocar elementos na história sem a devida necessidade, coisas que não tem a mínima importância para a trama ou para o personagem. Inventar coisas completamente fora de contexto ou incoerentes melhor dizendo “viajar na maionese”, também vem da arrogância do autor.
Deixar a trama complexa demais não vai tornar sua história mais Inteligente e sim mais chata e até entediante. Está certo que não devemos subestimar a inteligência do espectador/leitor, mas temos que ter um equilíbrio correto entre entreter e passar alguma coisa ao público nas entrelinhas.

  Mas tem casos que você é agraciado com uma seqüência ou series de boas histórias, mas de repente ha desgaste de idéias, pensamentos e estilo e como resultado as pessoas começam a rejeitar suas tramas se opor as maneiras que você resolve situações ou até seu estilo de traço. O pior que sua persistência, às vezes complica a situação chegando a atingir toda sua carreira, sistematicamente.
Mas eis um dos fatores que nos foge completamente de nosso controle: A perspectiva. O que é bom para um é ruim para o outro e vice versa. Muitas vezes nos decepcionávamos quando mostramos nosso trabalho para alguém fora nossos pais e esta pessoa não achar aquilo tão bom quanto nossos parentes acharam. Se por um lado isto no inicio é bom para a evolução de nosso trabalho, por outro, quando a obra é mais abrangente e atinge o público ha aquela divergência de opiniões que independente da qualidade, complica a aceitação, pois sua renovação e expansão de público esta a mercê da opinião alheia e como sabemos parte do público muitas vezes segue a crítica especializada para ter uma noção no que vale a pena gastar seu dinheiro. Ou em outro caso seguem a “moda” ou o que esta bombando no momento totalmente apático a qualidade da obra por simplesmente não se importar com isso.
   Como exemplo eu posso dizer que gosto do primeiro filme dos Transformers, filme que muitos odeiam e não gostei do final de “Onde os fracos não têm vez” um bom filme que muitos adoram. Ou seja, relevei umas coisas e não engoli outras. E é o que o público faz de maneira imprevisível, o que torna difícil criar uma fórmula para uma história eficaz. Você pode criar uma história para um nicho, o que não é ruim, mas não vá esperando se sustentar apenas com isso se for restrito demais ou recriminar quem não o valoriza, são apenas opiniões divergentes da sua e de outros que admiram seu trabalho.

Deixo um pouco fora da discussão obras feitas para parecerem ser ruins ou gênero trash para ser exato.
Também existem histórias tão ruins e mal feitas que chegam a ser divertidas de ver, como um filme recente sobre um tornado de tubarões, vejam só...


Concluindo, é inevitável fazer uma história ruim ou com baixa qualidade ou até com qualidade, mas que ninguém goste, pois a história ruim simplesmente surge como um fenômeno pouco bem vindo no currículo artístico de criação que na maioria das vezes não damos conta ou ignoramos. Para mim o negócio é simplesmente baixar a cabeça e fazer alheio a tudo mantendo suas convicções e o equilíbrio de sua produção. O que acontecer depois já é outra história, seja ela boa ou ruim.

domingo, 25 de dezembro de 2011

Problemas da Criação #18



Acessibilidade da linguagem

Por Rogério DeSouza

Meses atrás, o estúdio de dublagem Álamo fechou suas portas dando certo ar de que algo não vai bem no mundo das pessoas que tornam os filmes estrangeiros mais acessíveis a pessoas pouco interessadas e com pouca grana para fazer cursinho de inglês.
Como conseqüência, isso deixa margem para as distribuidoras usarem o trabalho de estúdios de dublagem menos qualificados comprometendo até mesmo a qualidade de alguns filmes traduzidos.

Vamos começar este assunto com o meu ponto de vista em relação a ver filmes, animações e seriados dublados:

TANTO FAZ.

Passei a infância vendo TV aberta, tanto desenhos como filmes e séries, portanto o fato de serem dublados não me perturba nem um pouco. Vejo filmes legendados também, mas cada coisa é uma coisa, no cinema mais especificamente onde o meu foco esta para o filme em si, além disso, vejo como os atores interpretam seus personagens e peculiaridades na maneira como falam, etc... Em casa, eu vejo dublado mesmo, pois é onde não tenho a atenção total para o filme, óbvio que a tecnologia hoje em dia proporciona que o DVD tenha canais de linguagem e isso notoriamente pesa quando vou comprar ou alugar um filme, salvo algumas exceções, claro.
O que me motivou a escrever este texto fora o fechamento do estúdio Álamo foi ler uma matéria no Segundo Caderno do jornal Zero hora de 21/07/2011 falando sobre aumento de versões dubladas nos cinemas para mim não seria problema nenhum se não fosse por um, porém, existem cinemas que só exibem cópias dubladas. Na minha opinião, isto é errado, muito errado. Não se pode tirar as pessoas o direito de verem a versão original dos filmes, na matéria em questão fala que o Cinemark do shopping de Canoas (RS) só exibe seus filmes em cópias dubladas para atenderem uma demanda mais popular, obrigando as pessoas que preferem o original a irem para a capital. Os cinemas, especialmente os de shopping possuem mais de duas salas e na maioria das vezes exibem duas vezes o mesmo filme e não custa nada colocarem as duas opções de linguagem.

Os problemas de filmes dublados como as pessoas me comentam é que são chamariz para presença de crianças nas salas de cinema que na maioria das vezes não se comportam e pessoas jovens ou adultas que também se comportam da mesma maneira. Sem falar que os estúdios têm a mania um tanto infeliz de chamar “celebridades” não atores para dublar pensando, a meu ver, de maneira pouco inteligente em atrair um público maior.
Falando um pouco sobre dublagem, até onde eu sei, eram os estúdios contratados por representantes dos estúdios de cinemas americanos, pelas distribuidoras desses filmes ou redes de TV aberta.
Ha vários estúdios de dublagem como a Herbert Richards, BKS, Delart, Wan Mächer, Marshmallow, Cinecastro, Cinevideo, VTI Rio e outros... Os estúdios cariocas são os meus preferidos.
Os profissionais do ramo trabalham por hora, as vezes chegam a dublar vários filmes, séries, animações em um único dia. Antigamente os dubladores trabalhavam numa mesma sala, mas com o avanço da mixagem eles podem fazer isso individualmente. O dublador geralmente é um ator, o que facilita na hora de interpretar determinado ator estrangeiro ou personagem de desenho animado até alguns ficam famosos com isso, como é o caso do gradissíssimo Orlando Drummond que dublou personagens como Scooby – Dôo, Popeye, Gargamel, Alf e outros.
Atualmente eventos de animes e de outros gêneros de cultura pop convidam estes profissionais para palestras e interação com o público.

Para mim a dublagem, bem feita, ajuda na acessibilidade do conteúdo estrangeiro em nosso país. E não passando por cima do original como foi o caso do último filme dos Muppets onde não havia nenhuma copia original do filme gerando certa onda de reclamações, mas os mesmos reclamavam que o sapo Caco agora passou para o seu nome de original “Kermit”, assim como hoje em dia Super - homem passou a ser Superman para não gastarem na tradução dos rótulos de produtos, coisas de executivos.

Outra coisa que me intriga quanto a acessibilidade de idioma são extras dos DVDs. Não, eles não precisão ser dublados, mas sim LEGENDADOS, muitos filmes vem sem legendas nos extras (mesmo sendo duplos) que é o mínimo básico para se ver algo traduzido e isto é irritante. Tanto quanto um filme ser vendido aqui no Brasil com dublagem em espanhol e francês acrescido com a língua original. Ainda não sei quanto ao Blue-Ray, que tem mais espaço virtual.

Com o avanço da tecnologia das mídias visuais, cinemas com varias salas em shoppings, eu acho que essa briga entre material original e material dublado poderia ser resolvida muito bem se os responsáveis tivessem um bom senso quanto colocar seus produtos em mercados estrangeiros. E nem precisamos brigar tanto entre nós, principalmente quando sua TV por assinatura possui a tecla SAP se não tiver, troque ou baixe.

Ver filmes legendados ajuda também quando você quer aprender algum idioma e torna se possível sua leitura mais dinâmica.
Mas não pense que isto é coisa de “primeiro mundo” nem os americanos vêem filmes legendados e tão pouco dublados, até vão além criando suas próprias versões de filmes de outros países como “O chamado”, Quarentena (Rec no original) e agora estão pensando em fazer um com Oldboy... Então, esta discussão de ver material com idioma estrangeiro está por toda a parte, pois vivemos num mundo de várias culturas e idiomas, é só uma questão de como você quer vê-lo.

Sinceramente acho que os filmes dublados ou não, em pouco alteram na trama e na imagem de um filme, seriado ou desenho animado desde que suas traduções forem bem feitas e coerentes (os filmes legendados também têm erros sabiam?).


Com a Palavra:


Entrevistas do Jovem Nerd com:









Exemplo de uma dublagem amadora:




quinta-feira, 24 de março de 2011

Problemas da Criação #14



A iniciativa dos tolos
Por Rogério DeSouza

Suponhamos que as redes de TV trabalhem com índices de audiência para determinar sua programação. Digo isso porque muitos não acreditam nisso, mas quem dá audiência a determinados programas de gosto, digamos duvidoso?
Eu não vejo BBB, por exemplo, mas o programa esta firme e forte no ar ocupando espaço de coisas melhores ou arrastando bons programas para a madrugada onde poucos podem assistir.
E quem votou no Tiririca? Eu com certeza não, mas muitos votaram e dizem que foi por protesto. Se for assim porque não votaram em alguém competente com propostas reais ou simplesmente anulassem seu voto?

Se dermos uma olhada por cima, diremos que há certa comoção para permitir que coisas que muitos achem insensatas aconteçam. Certa vez um amigo meu se queixou que uma banda internacional do circuito alternativo não faria mais um show em Porto Alegre (capital do Rio Grande do Sul) por um motivo: Falta de público. Em contrapartida um show do Luan Santana enche estádios inteiros...
Lembram do “Problemas da Criação 10” onde discuto sobre o ódio a determinado gosto que as pessoas tem a coisas populares. Porque estas coisas se tornam populares?
A meu ver, isso se deve a pessoas que sabem atingir seu público, por mais idiota que a idéia possa parecer elas tomam as iniciativas necessárias para conseguir o que querem. Assim como qualquer votação em um determinado grupo se mobiliza para que suas causas alcancem seu propósito.
Se me permitem dizer, acho que pessoas que tem gostos mais apurados ou alternativos simplesmente não se mobilizam, não acreditam que seu trabalho possa atingir a massa ou nem quer saber de atingir ninguém. O que me deixa um tanto perplexo é que estas mesmas pessoas reclamam da cultura das massas, tem uma vasta bagagem cultural que pode dividir com muitos.

Vejamos esta situação:

Quem lê quadrinhos conhece um personagem dos anos noventa de nome Spawn. Eu lia suas revistas e colecionei até o número 101. Mas este personagem é o símbolo de tudo que foi de ruim nos anos 90, segundo muitos amantes da nona arte, por suas histórias com muita imagem e pouco conteúdo. A revista era publicada aqui no país nos anos 90 até seu cancelamento em 2008.
Pois bem, Leandro Cruz, grande fã do personagem resolveu criar um manifesto pedindo o retorno do personagem às bancas.

Muitos desses amantes da nona arte diriam que ele é um tolo, pois isto não levará a nada e que sua campanha é inútil, etc.
Ao contrário do que alguns dizem a respeito disso eu acho a campanha do rapaz muito válida e digo louvável, pois ele tomou uma iniciativa, iniciativa tola. Espero muito que ele consiga seu intento e que possa ler seus gibis que tanto gosta.
Que tal os fãs de Akira fazerem o mesmo? Ou os fãs de Dylan Dog? Vamos tomar uma iniciativa tola e abrir mão de alguns preconceitos e desconfianças com relação ao público e ao mercado o que temos a perder?


Outra iniciativa estranha, mas bem sucedida foi na cidade de Detroit nos Estados Unidos, onde foi feita uma petição para a construção de uma estatua do Robocop que lógico a prefeitura não acatou então os fãs do Policial do futuro fizeram uma campanha para arrecadar dinheiro para fazerem uma por conta própria... E conseguiram!


Tudo esta como esta porque alguns tomaram iniciativa se mobilizando e outros não.
Os jovens egípcios com certeza concordariam com isso.

E o que isso tem a ver com criação? Se você criou uma história ou personagem e o esta divulgando para Deus e todo mundo, você já esta tomando uma iniciativa.
Se você esta se juntando a um grupo de artistas para fazerem um projeto em conjunto para atingirem um público maior, isto é uma iniciativa.
Se você opta por se dedicar apenas seu próprio mundo, tudo bem, não é errado. Mas por favor, não venha reclamar depois...

Também é uma boa iniciativa instigar as pessoas a lerem e assistirem coisas legais e verem seu ponto de vista sem insultar o gosto alheio. Afinal quem gosta de ser chamado de tolo?

Às vezes devemos tomar algumas iniciativas tolas para seguirmos em frente e espalhar o bom senso nas pessoas.

Quem sabe podemos mudar esta situação...
Genial tira de Laerte Coutinho.