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domingo, 25 de dezembro de 2011

Problemas da Criação #18



Acessibilidade da linguagem

Por Rogério DeSouza

Meses atrás, o estúdio de dublagem Álamo fechou suas portas dando certo ar de que algo não vai bem no mundo das pessoas que tornam os filmes estrangeiros mais acessíveis a pessoas pouco interessadas e com pouca grana para fazer cursinho de inglês.
Como conseqüência, isso deixa margem para as distribuidoras usarem o trabalho de estúdios de dublagem menos qualificados comprometendo até mesmo a qualidade de alguns filmes traduzidos.

Vamos começar este assunto com o meu ponto de vista em relação a ver filmes, animações e seriados dublados:

TANTO FAZ.

Passei a infância vendo TV aberta, tanto desenhos como filmes e séries, portanto o fato de serem dublados não me perturba nem um pouco. Vejo filmes legendados também, mas cada coisa é uma coisa, no cinema mais especificamente onde o meu foco esta para o filme em si, além disso, vejo como os atores interpretam seus personagens e peculiaridades na maneira como falam, etc... Em casa, eu vejo dublado mesmo, pois é onde não tenho a atenção total para o filme, óbvio que a tecnologia hoje em dia proporciona que o DVD tenha canais de linguagem e isso notoriamente pesa quando vou comprar ou alugar um filme, salvo algumas exceções, claro.
O que me motivou a escrever este texto fora o fechamento do estúdio Álamo foi ler uma matéria no Segundo Caderno do jornal Zero hora de 21/07/2011 falando sobre aumento de versões dubladas nos cinemas para mim não seria problema nenhum se não fosse por um, porém, existem cinemas que só exibem cópias dubladas. Na minha opinião, isto é errado, muito errado. Não se pode tirar as pessoas o direito de verem a versão original dos filmes, na matéria em questão fala que o Cinemark do shopping de Canoas (RS) só exibe seus filmes em cópias dubladas para atenderem uma demanda mais popular, obrigando as pessoas que preferem o original a irem para a capital. Os cinemas, especialmente os de shopping possuem mais de duas salas e na maioria das vezes exibem duas vezes o mesmo filme e não custa nada colocarem as duas opções de linguagem.

Os problemas de filmes dublados como as pessoas me comentam é que são chamariz para presença de crianças nas salas de cinema que na maioria das vezes não se comportam e pessoas jovens ou adultas que também se comportam da mesma maneira. Sem falar que os estúdios têm a mania um tanto infeliz de chamar “celebridades” não atores para dublar pensando, a meu ver, de maneira pouco inteligente em atrair um público maior.
Falando um pouco sobre dublagem, até onde eu sei, eram os estúdios contratados por representantes dos estúdios de cinemas americanos, pelas distribuidoras desses filmes ou redes de TV aberta.
Ha vários estúdios de dublagem como a Herbert Richards, BKS, Delart, Wan Mächer, Marshmallow, Cinecastro, Cinevideo, VTI Rio e outros... Os estúdios cariocas são os meus preferidos.
Os profissionais do ramo trabalham por hora, as vezes chegam a dublar vários filmes, séries, animações em um único dia. Antigamente os dubladores trabalhavam numa mesma sala, mas com o avanço da mixagem eles podem fazer isso individualmente. O dublador geralmente é um ator, o que facilita na hora de interpretar determinado ator estrangeiro ou personagem de desenho animado até alguns ficam famosos com isso, como é o caso do gradissíssimo Orlando Drummond que dublou personagens como Scooby – Dôo, Popeye, Gargamel, Alf e outros.
Atualmente eventos de animes e de outros gêneros de cultura pop convidam estes profissionais para palestras e interação com o público.

Para mim a dublagem, bem feita, ajuda na acessibilidade do conteúdo estrangeiro em nosso país. E não passando por cima do original como foi o caso do último filme dos Muppets onde não havia nenhuma copia original do filme gerando certa onda de reclamações, mas os mesmos reclamavam que o sapo Caco agora passou para o seu nome de original “Kermit”, assim como hoje em dia Super - homem passou a ser Superman para não gastarem na tradução dos rótulos de produtos, coisas de executivos.

Outra coisa que me intriga quanto a acessibilidade de idioma são extras dos DVDs. Não, eles não precisão ser dublados, mas sim LEGENDADOS, muitos filmes vem sem legendas nos extras (mesmo sendo duplos) que é o mínimo básico para se ver algo traduzido e isto é irritante. Tanto quanto um filme ser vendido aqui no Brasil com dublagem em espanhol e francês acrescido com a língua original. Ainda não sei quanto ao Blue-Ray, que tem mais espaço virtual.

Com o avanço da tecnologia das mídias visuais, cinemas com varias salas em shoppings, eu acho que essa briga entre material original e material dublado poderia ser resolvida muito bem se os responsáveis tivessem um bom senso quanto colocar seus produtos em mercados estrangeiros. E nem precisamos brigar tanto entre nós, principalmente quando sua TV por assinatura possui a tecla SAP se não tiver, troque ou baixe.

Ver filmes legendados ajuda também quando você quer aprender algum idioma e torna se possível sua leitura mais dinâmica.
Mas não pense que isto é coisa de “primeiro mundo” nem os americanos vêem filmes legendados e tão pouco dublados, até vão além criando suas próprias versões de filmes de outros países como “O chamado”, Quarentena (Rec no original) e agora estão pensando em fazer um com Oldboy... Então, esta discussão de ver material com idioma estrangeiro está por toda a parte, pois vivemos num mundo de várias culturas e idiomas, é só uma questão de como você quer vê-lo.

Sinceramente acho que os filmes dublados ou não, em pouco alteram na trama e na imagem de um filme, seriado ou desenho animado desde que suas traduções forem bem feitas e coerentes (os filmes legendados também têm erros sabiam?).


Com a Palavra:


Entrevistas do Jovem Nerd com:









Exemplo de uma dublagem amadora: