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domingo, 21 de julho de 2013

Problemas da Criação #24


O fenômeno da história ruim. 
Por Rogério DeSouza 

  Num  momento eu pensei: “Como fazer boas histórias”, mas daí eu percebi que seria uma coisa difícil de fazer, pois não tenho a noção de que minhas histórias são o suficientemente boas, na minha perspectiva inicial sim, mas no geral não tenho idéia exata do que as pessoas acham do que faço, por isso não posso me dar o luxo, pelo menos em minha opinião, de dizer como fazer histórias boas. Mas vou num caminho contrário. Baseado em inúmeras resenhas, opiniões e meu próprio ponto de vista vou falar sobre histórias ruins e como elas acontecem ou não, tanto nos quadrinhos, cinema e outras mídias. 

 O primeiro quesito ao qual posso começar é a ambição, ou seja, cenas de impacto, visual dos personagens e ambientação, bons efeitos, investimento maciço... Apenas isso. Nenhuma história ou trama que ajude a nos envolver com os personagens, apenas quer vendê-los ao público usando o visual. Ha muitas situações em que se apropriam de uma marca/personagem já consagrada e usa sem se ater no que fazia aquilo bom. Isto é um dos principais problemas da indústria, tanto dos quadrinhos quanto do cinema.
Atrelado a isso vem o segundo quesito: Carência de criatividade. Quando fazemos histórias em escala industrial não temos muito tempo para pensar em novas idéias e tão pouco arriscar colocá-las no mercado, pois o retorno tem que ser imediato. Há um abuso substancial nos clichês ou o pensamento equivocado de que a história possa se sustentar apenas neles caracterizando pouca inspiração.
Mesmo assim gostei dessa história.

O desleixo é uma causa comum, tanto na indústria, quanto no independente (no qual me incluo). É deixar todos esses erros acontecerem. Até comprometendo a parte visual da obra. Também uma falta de pesquisa mais aprofundada naquilo que quer fazer e falta de preparo ou instrução contribuem a pouca qualidade do material. Isto ocorre muito com iniciantes independentes que sem um mentor ou editor às vezes não percebem os erros que cometem. Já se for algo mais profissional, a culpa recai sobre a equipe criativa inteira, que muitas vezes acha que a fórmula do que quer que esteja fazendo irá sobrepor as falhas óbvias. E muitas pessoas envolvidas podem até atrapalhar o processo criativo.
Mesmo sem tecnica alguma já fazia histórias para públicá-las, hoje ainda cometo erros, mas isso deixaremos para ver depois.

E é ai que vamos a um termo que ouvi de meu colega Rodjer Goulart (Dragão Escarlate) que guardo na cabeça até então: Excesso de criatividade. É você colocar elementos na história sem a devida necessidade, coisas que não tem a mínima importância para a trama ou para o personagem. Inventar coisas completamente fora de contexto ou incoerentes melhor dizendo “viajar na maionese”, também vem da arrogância do autor.
Deixar a trama complexa demais não vai tornar sua história mais Inteligente e sim mais chata e até entediante. Está certo que não devemos subestimar a inteligência do espectador/leitor, mas temos que ter um equilíbrio correto entre entreter e passar alguma coisa ao público nas entrelinhas.

  Mas tem casos que você é agraciado com uma seqüência ou series de boas histórias, mas de repente ha desgaste de idéias, pensamentos e estilo e como resultado as pessoas começam a rejeitar suas tramas se opor as maneiras que você resolve situações ou até seu estilo de traço. O pior que sua persistência, às vezes complica a situação chegando a atingir toda sua carreira, sistematicamente.
Mas eis um dos fatores que nos foge completamente de nosso controle: A perspectiva. O que é bom para um é ruim para o outro e vice versa. Muitas vezes nos decepcionávamos quando mostramos nosso trabalho para alguém fora nossos pais e esta pessoa não achar aquilo tão bom quanto nossos parentes acharam. Se por um lado isto no inicio é bom para a evolução de nosso trabalho, por outro, quando a obra é mais abrangente e atinge o público ha aquela divergência de opiniões que independente da qualidade, complica a aceitação, pois sua renovação e expansão de público esta a mercê da opinião alheia e como sabemos parte do público muitas vezes segue a crítica especializada para ter uma noção no que vale a pena gastar seu dinheiro. Ou em outro caso seguem a “moda” ou o que esta bombando no momento totalmente apático a qualidade da obra por simplesmente não se importar com isso.
   Como exemplo eu posso dizer que gosto do primeiro filme dos Transformers, filme que muitos odeiam e não gostei do final de “Onde os fracos não têm vez” um bom filme que muitos adoram. Ou seja, relevei umas coisas e não engoli outras. E é o que o público faz de maneira imprevisível, o que torna difícil criar uma fórmula para uma história eficaz. Você pode criar uma história para um nicho, o que não é ruim, mas não vá esperando se sustentar apenas com isso se for restrito demais ou recriminar quem não o valoriza, são apenas opiniões divergentes da sua e de outros que admiram seu trabalho.

Deixo um pouco fora da discussão obras feitas para parecerem ser ruins ou gênero trash para ser exato.
Também existem histórias tão ruins e mal feitas que chegam a ser divertidas de ver, como um filme recente sobre um tornado de tubarões, vejam só...


Concluindo, é inevitável fazer uma história ruim ou com baixa qualidade ou até com qualidade, mas que ninguém goste, pois a história ruim simplesmente surge como um fenômeno pouco bem vindo no currículo artístico de criação que na maioria das vezes não damos conta ou ignoramos. Para mim o negócio é simplesmente baixar a cabeça e fazer alheio a tudo mantendo suas convicções e o equilíbrio de sua produção. O que acontecer depois já é outra história, seja ela boa ou ruim.

sexta-feira, 29 de julho de 2011

O garoto que sabe