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terça-feira, 30 de novembro de 2010

Problemas da Criação #13



Vozes ao vazio
Por Rogério DeSouza
Eu adoro ler sites de noticias de cultura pop para saber o que anda acontecendo. Como leitor de HQ, gosto de ficar por dentro das coisas, mesmo que não forem relevantes ao que eu faço ou aprecio.
Muitos desses sites e blogs tecem seus comentários sobre o que sai no mundo do entretenimento. Em sua maioria saem criticas a conduta de determinado filme, gibi ou livro. Eu mesmo já fiz muito disso aqui.
Suas opiniões influenciam (mesmo que eles não reconheçam) inúmeras pessoas que freqüentam seus blogs e sites.
Um dia parei para pensar e me fiz à seguinte questão:

SERÁ QUE OS CRITICADOS NOS OUVEM?

“É óbvio que não”, você vai dizer. Mas vamos fazer um exercício de imaginação. Se por acaso o Frank Miller ouvisse as criticas com relação ao filme “The Spirit”?
Qual a explicação que ele daria? Será que ele iria concordar ou iria fazer-se de surdo e não dar à mínima importância a opinião alheia?

Tenho lido blogs de pessoas informadas que tecem seus comentários sobre tudo. Um desses falava sobre o mercado de distribuição e a editora Panini dizendo dos erros freqüentes quanto o tipo de distribuição. No comentário do amigo, ele questiona sistema de assinaturas da editora e exemplifica algumas possíveis soluções ao problema.
O que aconteceria se a Panini respondesse a ele? O que iriam falar?

Acho que o Stallone deveria ouvir o Hell do site melhores do mundo, que falou como seria uma continuação de “Os Mercenários”. Bom, pelo menos ele deve ter ouvido alguma critica com relação ao que ele falou sobre brasileiros para responder coisa do tipo: “Desculpa, foi mal...” embora para muitos não tenha sido o suficiente.

O diretor Uwe Boll chegou a responder as criticas aos seus filmes de uma forma inusitada: No ringue de boxe, enfrentando seus detratores. O que lamentavelmente seja uma prova de sua ignorância diante do público.
Recentemente, durante a estréia de mais um filme da série que adapta muito mal o jogo Residente Evil a protagonista (a atriz Milla Jovovich) dos três seguimentos põe-se a responder as criticas voltadas a sua personagem que não existe nos games, admitindo que foi criada especificamente para o cinema para abranger um público muito maior que não conhece e não joga games. Isso não minimiza o desconforto de mudarem tanto um jogo que já tem uma linguagem cinematográfica, mas há o elo da comunicação e o reconhecimento de que a intenção não é agradar somente os fãs dos jogos que rejeitam a franquia, independente da qualidade de roteiro ou atuações.

Acho que o ser humano adulto tem tendência a ser arrogante, mesmo que por alguns momentos. Dificilmente uma pessoa aceita uma critica de inicio, Renato Aragão (Didi) nunca as ouve, pois acha que protege seu estilo de fazer humor, cujos muitos acham ultrapassado. Por um lado é bom, pois o artista tem que realmente ter liberdade criativa por si próprio, não pode ficar seguindo idéias de outros por mais que sejam boas, mas por outro lado perdem a ancora do bom senso e do mundo ao seu redor.

Como autor, procuro sempre saber o que acham do meu trabalho, pode parecer até paranóia da minha parte, mas acho importante. Talvez nem concorde com o que é dirigida a minha pessoa, no entanto leio mesmo assim e reflito sobre o assunto.
Sinceramente, gostaria que todo artista, conglomerado de entretenimento e demais serviços, vissem/ouvissem o que o público em geral fala sobre eles, mesmo não concordando, então criasse a discussão e prováveis soluções para que possamos apreciar nossos gibis, séries e filmes sem preocupações.
Acrescento aqui o que andei lendo no blog do Universo HQ sobre a opinião deles da Rio Comicon e como nos comentários da matéria alguém da organização do evento se prontificou a responder todas as questões sobre o não comparecimento das editoras, infra-estrutura, etc... Gostei muito do tom da conversa bem civilizada por parte de ambos os lados.

Infelizmente, na maioria dos casos, o contato se torna distante e embora falemos a mesma língua, nossas idéias se divergem. O outro lado se protege de um muro de vaidade enquanto as palavras são ditas e não respondidas ou questionadas criando alicerces de ódio e indignação muitas vezes confundida como trollagem por conseqüência o muro ou a parede se torna mais alto e inexpugnável e nossas palavras se tornam apenas bites de memória na rede mundial.

Será que poderemos mudar isso...

Não. Desculpe. O que quero dizer é:

Vamos mudar isso, por favor?

E de que adianta escrever isto? Ninguém vai ler mesmo...


sexta-feira, 16 de abril de 2010

Problemas da Criação #07



Uma má escolha de palavras...

Já ficou tão empolgado com uma idéia que alardeou ela para Deus e todo mundo e no final, não era algo tão revolucionário assim?
Muitas vezes isso acontece quando se anunciamos uma história que virá para deixar certa expectativa para quem irá apreciar o trabalho. Isso é uma questão mais para a propaganda (ou marketing como preferir) do que criar uma simples história, você tem que “vender o seu peixe” ou estará fadado a publicar para os fantasmas da sua imaginação.
Mas até que ponto eu posso falar se minhas histórias são boas ou obras primas?
No meu caso, tento ser o mais autentico possível enfatizando o conteúdo, seja comédia, aventura ou drama.
Tento evitar coisas tipo “as histórias mais engraçadas de todos os tempos” ou “uma nova visão dos quadrinhos”. Isto soa um pouco megalomaníaco para mim.
Em Debiloid’s eu esculacho totalmente tudo que é referente a este blog, pois creio que as pessoas compreendam que estou sendo sarcástico e que se interessem pelo humor das histórias. Aposto que se dissesse “as histórias mais engraçadas de todos os tempos” e os leitores vissem uma seqüência de tiras pouco inspiradas, iam me mandar pra pqp e nunca mais voltariam ao blog.
O pior é quando você não tem o controle disso, ou seja, entrega tudo para publicitários que querendo mostrar a que veio exageram na defesa de seu cliente o elevando a um patamar acima do que realmente o é.
E quando você consegue fãs? Muitas vezes eles ajudam em outras atrapalham quando põe o seu alvo de adoração acima de qualquer outra coisa. Por exemplo, você odeia mais Naruto ou odeia os fãs de Naruto ou simplesmente odeia a popularidade em cima de Naruto? Pense nisto.

O que realmente me motivou a escrever este texto foi o anuncio da editora Panini sobre uma grande mudança em seu segmento de quadrinhos de heróis dita como “revolucionária” que na verdade é apenas uma redução de paginas e valores pelas revistas mensais e a criação de títulos mais caros.
Foi obviamente uma péssima escolha de palavras a meu ver, além de colocarem sem necessidade o adjetivo “revolucionário”, fizeram mistério em torno disso como se a editora tivesse grandes concorrentes, já que é a única nesse seguimento no mercado. Nesta semana, no Omelete li a entrevista com o editor Helcio de Carvalho, falando sobre as dificuldades e necessidades da tal mudança.
Sinceramente, me acalentaram um pouco, só não posso dizer o mesmo aos leitores que se sentiram lesados com tudo isso, muitos preferem mudanças reais e mais justas das que foram ditas e o que aconteceu não foi nenhuma revolução, foi um retrocesso decepcionante... Em contra partida, eu compro exatamente os mixes que "baixaram" de valor (1,00 R$ pouco, né?) o que não me afetam muito. Tirando é claro, “Avante Vingadores” que vai ser bimestral e pelo jeito deixarei de comprar.
Outra vantagem pode repousar no conteúdo dos mixes, já que tirarão as historias sem importância.
Nem entrarei no mérito de estar perdendo ou ganhando dinheiro com isso, pois compraria essas revistas de qualquer jeito, a não ser que a distribuição dos mixes fosse bizarra e todas custassem R$15 reais o que não aconteceu, eu seria hipócrita se reclamasse disso.
Mas, mesmo assim, deixou-se um amargo na boca essa tal de “revolução” nem tão revolucionária, fica-se claro que uma oportunidade foi perdida. Apesar de minha condição cômoda, estou preocupado com os demais leitores que ainda estão insatisfeitos.

Lembro quando Watchmen foi filmado e o cartaz do filme referiu o diretor do filme como “visionário” e os fãs desceram a lenha na película, pois, não saiu como esperavam. Além disso, o diretor, não querendo usar um final já conhecido para quem leu a obra, mudou alguns aspectos da história e ainda se referiu a isso como um final mais “elegante”, ofendendo fãs mais exaltados. Arrogância? Pode ser, é o poder da empolgação.



Humildade e honestidade são bons princípios. Antes de dizer qualquer coisa, pare e pense antes de se auto-referir ou quiser mostrar alguma coisa. Pode ser revolucionário para você, mas nem todos são impressionáveis quanto se pensa. Pesquise, ouça outras opiniões.
O público é frio e cruel, não esta nem ai para você, não vão te ajudar ou dar conselhos, apenas te aceitar ou te rejeitar. Eles não aceitam erros porque sofrem com eles.

Pronto! Mais um fabuloso texto do visionário Rogério DeSouza!

OPS! Desculpem... É a empolgação...


Vejam mais sobre o assunto nestes links

Universo HQ entrevista com Helcio Carvalho

Duas matérias opinativas do Melhores do Mundo:

http://www.interney.net/blogs/melhoresdomundo/2010/04/14/consideracoes_sobre_o_informe_publicitar/#more41608://

e

http://www.interney.net/blogs/melhoresdomundo/2010/04/15/omelete_panini_e_as_d/#more41612