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sábado, 20 de agosto de 2022

Num novo fan film dos Vincadores...


 

segunda-feira, 29 de abril de 2019

Filme caseiro baseado em um "blockbuster" qualquer...

 
 
 

sexta-feira, 11 de janeiro de 2019

Não veja! Senão você pira...


sexta-feira, 1 de novembro de 2013

Eu no Argcast do Thor


Thor que é um herói legal porque tem um martelo está estreando hoje nos cinemas. E tal fato não esta livre de um podcast. Com participações de Daniel HDRVagner AbreuGuilherme Moe (Baile dos Enxutos), Sergio Coveiro (Marvel 616) e Marcos Dark (Âmago) e eu com minha viril voz.

Ouçam aí!

terça-feira, 2 de outubro de 2012

Problemas da Criação #22


De quem é esta obra?

Por Rogério DeSouza


   Quando você faz um trabalho que você gosta e se dedica mostra isso ao público, você esta exibindo idéias de sua cabeça para pessoas que nem ao menos você conhece, mas elas o conhecerão através disso. Se cair no gosto popular, esse trabalho que você gosta de fazer para si a princípio será reverenciado pelas pessoas criando uma legião de fãs. Você procura usar isso para se sustentar e assim fazer outros trabalhos, mas o engraçado é que depois de muito tempo você percebe que o seu trabalho, suas idéias que você colocou ali e trabalhou muito para realizá-lo não é mais seu.
    O que quero colocar aqui é um impasse, sobre o artista e o público. Quando uma obra passa a ser de todos? O quanto o artista tem direito sobre ela depois disso? É engraçado até. Você pode ter direitos sobre a obra, mas as pessoas se apropriarão dela muitas vezes interpretando algo que pouco tem a ver do que você criou inicialmente e às vezes nem adianta argumentar sobre isso. A linha de pensamento de certos admiradores é tão imaculada, que nem o próprio criador pode intervir ou alterar algo que considere errado ou usar uma nova idéia em cima daquilo, você estaria traindo seus próprios princípios que às vezes você nem sabia que o tinha, numa coisa que faz para você por diversão.
  Um caso que se encaixa como uma luva neste assunto é a do diretor e produtor George Lucas, criador da série de filmes Star Wars. Perdoem-me por bancar o advogado do diabo, mas em instancia os fãs de seus filmes antigos literalmente se apropriaram de sua obra tendo uma compreensão muito mais ampla que o próprio criador.

Em sua primeira intervenção ele usou efeitos digitais para incrementar e dar uma ampliação de seu universo e foi financeiramente bem sucedido, no entanto veio a polêmica em uma cena em que originalmente o mercenário Han Solo atira em um caçador de recompensa, George Lucas muda e faz com que o caçador atire primeiro fazendo com que Han atire em seguida dando uma motivação mais justa ao herói do que fazê-lo matar alguém friamente. Puxando pela lembrança achei a cena original muito corrida, creio que o diretor também achou isso e resolveu que devia alterar a cena sem ter idéia o quanto isso iria “estragar” o personagem. Depois dos protestos George Lucas tentou se justificar de todas as maneiras e só piorou depois dos lançamentos até aquele momento aguardados dos episódios 1, 2 e 3 onde o diretor queria colocar novos elementos como “Midi chlorians” e personagens como “Jar Jar Binks” que foram execrados pelos fãs. Fora sua imperícia na direção; transformaram essa nova trilogia numa mancha desagradável na franquia e George Lucas ficou como o cara que só pensa em lucrar com Star Wars.

 Coisa semelhante aconteceu com Matrix (que por coincidência venceu de Star Wars episódio I o Oscar de efeitos visuais no ano 2000) que após o bem sucedido  primeiro filme em 1999, seus criadores queriam ampliar suas idéias e acabaram complicando as coisas e até hoje seus fãs consideram Matrix um filme único e ignoram as continuações, com exceção da animação “Animatrix” que foi bem elogiada.
Num episódio do escatológico desenho animado South Park eles satirizam George Lucas e sua mania de alterar seus filmes clássicos, em um dos diálogos há a discussão com um dos personagens sobre a propriedade da obra, um dos personagens retruca respondendo:
- Não é seu. É de todos nós.



Realmente, uma vez que a idéia toma forma e sai da nossa mente, ela sai pelo mundo, se torna independente e não há muito a fazer a respeito disso você tem que responder as pessoas, pois elas que dão combustível a idéia.
   No entanto, andei lendo no jornal sobre um cineasta que ganhou um prêmio em Veneza que disse não faz seus filmes para o público, ele faz o filme para si. Isto me intriga. Nós admiramos os artistas independentes por fazerem coisas para si e não questionamos isso, eles estão no conforto de não responder a ninguém por seus trabalhos. Eles podem mudar o estilo e a história à vontade e seu público responderá positivamente ou negativamente pouco importa.
 Afinal, a obra é dele ou é de todos nós?

  Não tenho uma resposta concreta a isso, apenas a minha opinião.
 Para ser sincero, o artista tem todo direito de fazer o que quer com sua obra independente do que o público ache afinal a idéia é dele e as regras são dele e temos que aceitar senão abandonamos e procuramos outra coisa.
 Porém, é o público que compra a idéia e a sustenta.
 A qualidade do material tem que estar em sincronia com a exigência do público seja qual for o grau.
 O que acho que falta é ambos os lados saberem disso.
 Nós temos que ter certo tato com o público, não dar exatamente aquilo que ele quer e sim criar uma necessidade, um interesse e deixar claro o nosso jeito de trabalhar e conduzir uma história, mostrar a todos que você sabe o que esta fazendo.

 Você pode vender essa idéia para outros executarem se eximindo de qualquer coisa que façam melhor ou pior que você ou ter certo controle de tudo que fazem, já disse isso em “Problemas da Criação 16 – Ação Executiva”.

  Também já alterei coisas antigas que já fiz como nas histórias do fan fiction “Menores do Amanhã” e ainda bem que não tenho o nível de popularidade tamanha para causar estranhamento entre as pessoas que apreciam meu trabalho. Imagine só alguém ter o profundo conhecimento da psicologia de meus personagens e encontrar sentido para as coisas totalmente diferentes do que havia pensado.
Assim como o universo de Star Trek (Jornada nas Estrelas) onde os fãs sabem o idioma dos alienígenas da série e até ritos que duvido que o criador tenha planejado. O filme Galaxy Quest (Heróis fora de órbita) satiriza essa situação.

Esta para mim essa é a grande ironia no meio da criação.

domingo, 2 de setembro de 2012

Problemas da criação #21



Ficção VS Realidade 
Por Rogério DeSouza

 Tenho notado que muitos artistas tem se esforçado para criar histórias ficcionais mais calcadas com a realidade deixando-as do tipo “pé no chão” para ter certa familiaridade com o público. E por mais que tentem sempre haverá incoerência com a realidade que querem casar e as pessoas que vão jogar isso na sua cara, pois nada é mais real do que a própria realidade, você pode fazer um Super- homem realista uma Branca de Neve realista, mas tudo não passará de bobagens para pessoas que se preocupam com problemas do dia a dia, como política, sociedade, meio ambiente e ai vai.
   Eu digo que nenhum filme, animação ou história em quadrinho pode ser tão real quanto à realidade a não ser na forma de documentário, daí chegaria próximo a um noticiário ou a um jornal que as pessoas compram todos os dias.
   O que se pode usar da realidade é transmitir uma mensagem, um valor no meio de nuances para entreter como uma fictícia epidemia de cegueira, para mostrar de outra forma a sociedade como ela é ou poderia ser se aquilo realmente acontecesse.



 O nosso mundo real serve como inspiração para o mundo ficcional assim pode acontecer o contrário dentro das limitações de nosso lado real, pois o mundo fictício não tem limitações a menos que o artista a imponha.

 

 Por esse motivo me vejo contrário a essa exaltação do realismo exacerbado contra o mundo ficcional, acusando a falta de leis e modos que se aplicam na nossa realidade em coisas que em essência é fruto da fantasia e do esteticismo artístico. Pode sim usar o realismo como muleta ou uma metáfora para fazer uma análise dos acontecimentos que nos rodeiam servindo para nos ajudar e ensinar alguma coisa, mas isto não pode impedir do Flash correr à velocidade a luz e nem impedir que um homem possa ficar invisível e explicar esses dois fatores usando o nosso conhecimento científico não é o suficiente a ficção precisa de mais elementos e acontecimentos prováveis e improváveis para tornar isso possível, se é que precise ser explicado. É onde entra uma coisa chamada criatividade.
 

 No filme “O Último Grande Herói” estrelado por Arnold Schwarzenegger que interpreta um herói de cinema de ação chamado Jack Slater, que graças a um jovem fã sai da tela de cinema para o mundo real atrás de um vilão, a certa altura da história o garoto se vê preocupado com o seu herói de mentira no mundo “real” e Jack o questiona o porquê deixou de confiar nele de repente, o jovem Danny Madigan responde seriamente para ele mais ou menos assim: “a realidade é uma droga”.



 Nada contra a realidade, mas é isso mesmo. Não há herói, não há vilão, apenas problemas, conflitos, desentendimentos sem sombra de solução e momentos de felicidade, amor, esperança sem palavras de efeito grandes comemorações. Com ou sem recompensa ou castigo, totalmente imparcial. Tudo misturado numa mesma cadeia de acontecimentos sem concessão.
  Não há explosões no espaço, nem viajantes do tempo, mas isso não deixa a realidade menos interessante; por isso nos baseamos nela para construir universos ficcionais e torná-los mais abrasivos ao espectador. Claro que existem mundos fictícios que também são uma “porcaria” como o universo de Mad Max ou a realidade de Taxi Driver, mas sempre há um heroi e um vilão a ser combatido.

 

  É covarde da parte de alguns minimizarem histórias de ficção só pelo simples fato de ver um homem voar sem qualquer equipamento ou qualquer coisa que desafiem a física e a lógica de nosso mundo. Pois eles sabem que não haveria argumento para contradizer a realidade que nos cerca.



 Sinto-me contrariado quando isto parte dos próprios artistas que se dizem realizar obras realistas, mas que fazem histórias ficcionais disfarçadas de realistas e por isso se acham superior a tudo no âmbito criativo.

 

 Não é o caso de idolatria a ficção e sim constatar que é uma bobagem tentar confrontar a ficção com a realidade e usar a realidade para destruir a ficção para justificar seus gostos pessoais com certo gênero, eu posso até estar exagerando, mas é como um "mal ateu" criticar a fé de alguém só pelo simples fato daquilo segundo ele não existir de verdade e não ser comprovadamente palpável a nossa realidade assim causando desconforto a esta pessoa.
   Quando criamos a ficção, relevamos elementos naturais e científicos para criarmos fenômenos, feitos e situações cotidianas diferentes do que acontece de verdade. Não se nega o que existe, só se usa termos para tornar a história com maior verossimilhança possível para os olhos do público em geral, quem não enxerga isso não sabe o que é o conceito da ficção.
  Se num mundo existe um vigilante mascarado que enfrenta centenas de homens em combate, ele existe, foi treinado de uma forma diferente do que qualquer pessoa preparada no mundo real possa estar para aquele tipo de conflito, pois naquela situação ele pode fazê-lo. Se não levarmos isto em conta ele é apenas um louco fantasiado me levando a constatação que as pessoas não sabem realmente separar as coisas.
 

  Não adianta colocar conceitos lógicos em idéias fantasiosas como a magia ou seres espaciais, se chamar um físico para comparar é óbvio que ele vai dizer que aquilo não existe segundo tudo o que ele aprendeu em seu ofício, pois as pessoas que criam esses conceitos nem sempre são estudiosos e quando são, podem subverter alguns princípios básicos do que sabem para caber na realidade que criaram.



 Como disse antes, não sou contra realidade e sim contra usá-la para diminuir o gênero ficcional. Sim, podemos brincar sobre essas incoerências com nossa realidade e nos divertir muito com isso, mas como eu trabalho nesse seguimento me vi obrigado a defender essa manifestação criativa. Claro, isto não é desculpa para fazer histórias ruins.

 

  Vejo que no final das contas as pessoas querem um mundo de ficção que não seja de ficção, um reallity show ao vivo onde pessoas fazem o que fazem normalmente e ganham dinheiro e fama na maioria das vezes sem terem talento algum. Daqui a pouco vão analisar as incoerências em desenhos do Pernalonga.
  E toda vez que ver uma foto de criança passando fome no Facebook terei que queimar todas as minhas criações e quem sabe abrir uma lojinha que venda itens para truques de mágico numa estação de trem qualquer na vã esperança de acreditar que possa existir uma ínfima chance de alguém querer ver magia neste incomensurável e frio mundo real.