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quinta-feira, 5 de julho de 2012
domingo, 25 de dezembro de 2011
Problemas da Criação #18
Acessibilidade da linguagem
Por Rogério DeSouza
Meses atrás, o estúdio de dublagem Álamo fechou suas portas dando certo ar de que algo não vai bem no mundo das pessoas que tornam os filmes estrangeiros mais acessíveis a pessoas pouco interessadas e com pouca grana para fazer cursinho de inglês.
Como conseqüência, isso deixa margem para as distribuidoras usarem o trabalho de estúdios de dublagem menos qualificados comprometendo até mesmo a qualidade de alguns filmes traduzidos.
Vamos começar este assunto com o meu ponto de vista em relação a ver filmes, animações e seriados dublados:
TANTO FAZ.
Passei a infância vendo TV aberta, tanto desenhos como filmes e séries, portanto o fato de serem dublados não me perturba nem um pouco. Vejo filmes legendados também, mas cada coisa é uma coisa, no cinema mais especificamente onde o meu foco esta para o filme em si, além disso, vejo como os atores interpretam seus personagens e peculiaridades na maneira como falam, etc... Em casa, eu vejo dublado mesmo, pois é onde não tenho a atenção total para o filme, óbvio que a tecnologia hoje em dia proporciona que o DVD tenha canais de linguagem e isso notoriamente pesa quando vou comprar ou alugar um filme, salvo algumas exceções, claro.
O que me motivou a escrever este texto fora o fechamento do estúdio Álamo foi ler uma matéria no Segundo Caderno do jornal Zero hora de 21/07/2011 falando sobre aumento de versões dubladas nos cinemas para mim não seria problema nenhum se não fosse por um, porém, existem cinemas que só exibem cópias dubladas. Na minha opinião, isto é errado, muito errado. Não se pode tirar as pessoas o direito de verem a versão original dos filmes, na matéria em questão fala que o Cinemark do shopping de Canoas (RS) só exibe seus filmes em cópias dubladas para atenderem uma demanda mais popular, obrigando as pessoas que preferem o original a irem para a capital. Os cinemas, especialmente os de shopping possuem mais de duas salas e na maioria das vezes exibem duas vezes o mesmo filme e não custa nada colocarem as duas opções de linguagem.
Os problemas de filmes dublados como as pessoas me comentam é que são chamariz para presença de crianças nas salas de cinema que na maioria das vezes não se comportam e pessoas jovens ou adultas que também se comportam da mesma maneira. Sem falar que os estúdios têm a mania um tanto infeliz de chamar “celebridades” não atores para dublar pensando, a meu ver, de maneira pouco inteligente em atrair um público maior.
Falando um pouco sobre dublagem, até onde eu sei, eram os estúdios contratados por representantes dos estúdios de cinemas americanos, pelas distribuidoras desses filmes ou redes de TV aberta.
Ha vários estúdios de dublagem como a Herbert Richards, BKS, Delart, Wan Mächer, Marshmallow, Cinecastro, Cinevideo, VTI Rio e outros... Os estúdios cariocas são os meus preferidos.
Os profissionais do ramo trabalham por hora, as vezes chegam a dublar vários filmes, séries, animações em um único dia. Antigamente os dubladores trabalhavam numa mesma sala, mas com o avanço da mixagem eles podem fazer isso individualmente. O dublador geralmente é um ator, o que facilita na hora de interpretar determinado ator estrangeiro ou personagem de desenho animado até alguns ficam famosos com isso, como é o caso do gradissíssimo Orlando Drummond que dublou personagens como Scooby – Dôo, Popeye, Gargamel, Alf e outros.
Atualmente eventos de animes e de outros gêneros de cultura pop convidam estes profissionais para palestras e interação com o público.
Para mim a dublagem, bem feita, ajuda na acessibilidade do conteúdo estrangeiro em nosso país. E não passando por cima do original como foi o caso do último filme dos Muppets onde não havia nenhuma copia original do filme gerando certa onda de reclamações, mas os mesmos reclamavam que o sapo Caco agora passou para o seu nome de original “Kermit”, assim como hoje em dia Super - homem passou a ser Superman para não gastarem na tradução dos rótulos de produtos, coisas de executivos.
Outra coisa que me intriga quanto a acessibilidade de idioma são extras dos DVDs. Não, eles não precisão ser dublados, mas sim LEGENDADOS, muitos filmes vem sem legendas nos extras (mesmo sendo duplos) que é o mínimo básico para se ver algo traduzido e isto é irritante. Tanto quanto um filme ser vendido aqui no Brasil com dublagem em espanhol e francês acrescido com a língua original. Ainda não sei quanto ao Blue-Ray, que tem mais espaço virtual.
Com o avanço da tecnologia das mídias visuais, cinemas com varias salas em shoppings, eu acho que essa briga entre material original e material dublado poderia ser resolvida muito bem se os responsáveis tivessem um bom senso quanto colocar seus produtos em mercados estrangeiros. E nem precisamos brigar tanto entre nós, principalmente quando sua TV por assinatura possui a tecla SAP se não tiver, troque ou baixe.
Ver filmes legendados ajuda também quando você quer aprender algum idioma e torna se possível sua leitura mais dinâmica.
Mas não pense que isto é coisa de “primeiro mundo” nem os americanos vêem filmes legendados e tão pouco dublados, até vão além criando suas próprias versões de filmes de outros países como “O chamado”, Quarentena (Rec no original) e agora estão pensando em fazer um com Oldboy... Então, esta discussão de ver material com idioma estrangeiro está por toda a parte, pois vivemos num mundo de várias culturas e idiomas, é só uma questão de como você quer vê-lo.
Sinceramente acho que os filmes dublados ou não, em pouco alteram na trama e na imagem de um filme, seriado ou desenho animado desde que suas traduções forem bem feitas e coerentes (os filmes legendados também têm erros sabiam?).
Com a Palavra:
Entrevistas do Jovem Nerd com:
Exemplo de uma dublagem amadora:
sexta-feira, 29 de julho de 2011
terça-feira, 1 de março de 2011
quinta-feira, 25 de novembro de 2010
quarta-feira, 20 de janeiro de 2010
Problemas da Criação#03
Como fazer uma adaptação de uma HQ para o cinema?
Bem, eu indubitavelmente gosto tanto de quadrinhos quanto de cinema. Nos últimos anos, ambas as mídias ganharam certa aproximação. Isso começou com Superman - O Filme (1978), outrora esse nicho de basear hqs se restringia a seriados de matinês dos anos 30/40 e seriados televisivos. Depois do sucesso do homem de aço na tela grande e suas continuações, em 1989 veio o primeiro filme do Batman dirigido pelo excêntrico Tim Burton que foi um sucesso apesar das criticas com relação da escolha do ator para o papel do homem morcego. Assim como Superman, Batman teve mais três seqüências que decaíram
Em 1998, um modesto personagem da editora Marvel chamado Blade fez bonito nas bilheterias dando uma escalada de filmes baseados nos quadrinhos da editora como X-men, Homem-Aranha, Demolidor, Hulk, Quarteto Fantástico. Independente da qualidade, os filmes baseados nos herói Marvel abriram os olhos de Hollywood quanto ao filão quadrinhos nos dando filmes como Hellboy, American Splendor, Asterix, Estrada para Perdição, Batman begins.
Hoje a Marvel criou um estúdio próprio para adaptação de seus personagens para o cinema, sem falar que a empresa foi recentemente adquirida pela mega conglomerado Walt Disney Company, num investimento de bilhões. Já a concorrente da Marvel, a DC comics (detentora de Batman e Superman) que desde os anos 70 pertence a Time Warner, começou a reavaliar suas futuras adaptações cinematográficas. Outros estúdios procuram por material mais autoral com potencial para criarem grandes filmes.
Mas apesar dessa avalanche de filmes baseados em HQs, tem muita coisa de qualidade duvidosa ou com queda da mesma nas seqüências. Lendo inúmeras criticas a respeito de filmes baseados em HQs, tomei a liberdade de criar algumas dicas de como fazer tais filmes. Pode servir também para filmes baseados em livros ou vídeo games (que realmente, estão precisando!).
1- Leia a HQ
Antes de se aventurar, numa adaptação cinematográfica um dos princípios básicos é ler a obra e não uma única vez é claro. Tenha a idéia do que se trata a história, quem são os personagens e a ambientação.
2- Ouça quem lê
Aquele que costuma ler a obra deve ser levado em consideração. Se você já for um leitor e fã, já é meio caminho andado. Mas sempre é bom ver outras visões diferentes da sua. Mas tenha cautela, pois existem fãs muito radicais e que não conseguem ponderar sobre as dificuldades de uma adaptação.
3- Ouça quem fez
A participação do autor da obra, sempre que possível, é importante para o processo criativo podendo muitas vezes acrescentar a obra e ser um bom apoio para manter a fidelidade sobre ela. Muitas vezes isto pode não ser possível, pois varios autores deixam os direitos aos estúdios sem ao menos se envolverem na parte criativa ou por simplesmente não estarem vivos. Visto estes empecilhos, recorra sempre aos dois primeiros quesitos.
4- Busque a essência
Se esta a par dos três primeiros quesitos, então esta próximo da essência. Procure colocar elementos familiares na obra como personagens, lugares e falas marcantes.
5- Tenha coerência
Tenha sempre noção que às vezes coisas que funcionam numa mídia, nem sempre funcionam em outra. Como estamos falando de uma adaptação são necessárias algumas mudanças, como características físicas e psicológicas de personagens, ambientação mais realista ou contemporânea, etc. Deve-se levar a compreensão também para os fãs que muitas vezes exigem a total fidelidade da obra.
6-Use suas idéias, mas não divague nelas
Você tem um pensamento divergente a obra e quer usá-la. Tente ajustá-la a essência da mesma acrescentando ou reinventando conceitos. Mas se atenha ao parágrafo da coerência. Não exagere, embora o filme seja seu você esta lidando com um mundo já pré-concebido e com fãs ansiosos. Ao pender os seus pensamentos sobre a obra você corre o risco de cometer erros descaracterizando-a sem necessidade.
7-O roteiro
É o que qualquer filme que se preze deve ter, sendo adaptação ou não . Um roteiro é a alma do filme e deve andar de mãos dadas com a estética. Seguindo o que fora dito nos quesitos 4, 5 e 6, ajuda bastante na elaboração de uma história.
8-Elenco
Isto pode variar bastante. A semelhança do ator com o personagem pode não contar tanto, considerando que podem ser usados artifícios como maquiagem ou efeitos digitais se caso o personagem for muito caricato. Por outro lado, se o papel pedir, não custa nada procurar alguém que possua o biótipo que se case com o personagem. Deve se evitar atores muito famosos para os papéis principais (com exceções) e também atores com nenhuma experiência cinematográfica ou teatral que o seja (cantores ou celebridades em geral) a menos que sejam feitos testes bem apurados.
A melhor opção é escolher atores não tão famosos e que já tenham atuado antes em outros tipos de filmes. Como disse, a escolha de elenco é variável, passível de exceções e é necessário testar o casting antes assumirem os devidos papéis.
9- Aos produtores e executivos
O cinema é um mercado, isto é fato. O investimento em um filme é alto e arriscado e para garanti-lo é necessária intervenção executiva...
Pois bem, este é um dos principais problemas de uma adaptação cinematográfica Hollywoodiana atualmente. Para se ter uma idéia, toda a essência de um personagem pode ser modificada para se adequar a algum modismo do momento ou atender um público maior que não conheça o personagem. A condição de ser o financiador e de ter pouquíssima familiaridade do processo de criação ocasiona inúmeros problemas de coerência e abuso indevido do visual estético do personagem, prejudicando o roteiro. O resultado vem desde a rejeição por parte dos fãs da obra, a indiferença da critica especializada e provável baixa renda na bilheteria. A solução viável para isso é ter uma ligação maior entre a parte executiva e a criativa e que ambas entrem numa certa afinidade para que tudo ocorra bem. Leve em consideração os quesitos anteriores e entenda o público em geral.
10- O equilíbrio
Tudo que é pregado nesta lista é questão de saber utilizar a linguagem para tornar a adaptação não só atrativa para quem a conhece, mas para um público que nem chegou a conhecê-la ainda. Divirta, mas não subestime a inteligência das pessoas, pois tenha em mente que o público merece qualidade e com certeza isto será recompensador. Também não pregamos uma adaptação absolutamente perfeita, o que seria um pensamento tolo. O que se procura fazer são filmes agradáveis cerebrais ou não que contagie o público. Aja com calma, pondere o que vai fazer, consulte quem precisar, exponha suas idéias e limitações.
Se você aprovou estas dicas, gostaria de um favor: Passe a diante. Traduza para o inglês se necessário ou faça comparações com filmes em seus blogs, espalhe essa idéia. É uma alternativa diferente de expor sua insatisfação quanto a má retratação de seus personagens prediletos no cinema. Quem sabe alguém lá de Hollywood não se sensibilize? Bom! Sonhar não custa nada, mas a perseverança é fundamental neste processo.
Desculpem se pareço pretencioso, ok?
sexta-feira, 27 de novembro de 2009
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