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quinta-feira, 15 de agosto de 2013

Problemas da Criação #25

Vamos falar de “Homem de aço”. 
 Por Rogério DeSouza 

 Passado mais de um mês da estréia do filme aqui no país, resolvi colocar meu ponto de vista, desculpem qualquer coisa é apenas um desabafo.
 Vou partir do inicio. Antes de ver a película, vi dois trailers antes e estes me deixaram bastante empolgado, ai até Motoqueiro Fantasma era empolgante, mas... Tentei evitar ver imagens, novos trailers e spots de TV e contive a expectativa. O problema é que o filme foi lançado nos EUA praticamente um mês antes que aqui no Brasil, como conseqüência disso o filme vazou na internet e muitas pessoas começaram a dar a sua impressão do filme. Independente do que as pessoas falassem do filme eu iria ver de qualquer maneira mesmo, no entanto já estava com uma visão antecipada do filme devido aos comentários alheios. 

  Alerta de spoilers: Se você não viu o filme ainda, não sei como, pare por aqui. Se você não se importa em estragar surpresas continue, mas não diga depois que não avisei.


 Bem, isto aqui não será uma resenha do filme ou uma crítica e já adianto que gostei do filme. Mas o que vou falar é a atitude do herói na trama. No confronto final contra o vilão Zod, um sujeito equivalente em poderes do Superman (que era timidamente chamado assim no filme), acabou que o homem de aço teve que matá-lo para acabar com a destruição generalizada que ambos estavam fazendo na cidade, lembrando que os dois são quase deuses e conseqüência disso seria óbvia. Muitos fãs e formadores de opinião não gostaram deste desfecho dizendo que o Superman nunca faria algo do gênero e até acusam o personagem de desencadear grande destruição em Metrópolis sendo que a máquina do vilão para tornar a atmosfera da Terra semelhante ao planeta Kripton já tinha feito bastante estrago antecipadamente. Sinceramente ao sair do cinema após ter ouvido estes comentários antecipados, me deixou um pouco irritado

 Vamos ao primeiro fato: a ação.
Admito que o roteiro não é perfeito, mas o que exatamente reclamávamos daquele filme chamado Superman Returns? A falta de um adversário fisicamente a altura do primeiro super-herói ao invés de uma ilha de Kriptonita ou um avião caindo. Queríamos ver algo como em Superman 2 (com Christopher Reeve) com os efeitos especiais de hoje em dia, não era isto que queríamos? Coisas que acontecem nos quadrinhos? E foi isto que nos deram. Que filme será que esperavam ver, eu não sei.

Outro fato: “Assassinato” do general Zod.
O momento que muitos fãs ficaram indignados, o momento que maculou o mito do grande herói. Foi uma atitude fria? Foi uma atitude vingativa? Foi uma atitude tola?
Primeiro, se eu não me engano, o herói tentava segurar o vilão (tão forte quanto ele e experiente em combate) para impedir que machucasse as pessoas, pois até aquela altura seus planos foram frustrados e seus seguidores foram parar na zona fantasma e ele ficou para trás e sem meios de fazê-lo se juntar aos outros o que ocasionou o confronto com o herói. Na cena em questão o Superman implorou para que o Zod parasse e na ocasião ele iria matar um grupo de pessoas com sua visão de calor e o homem de aço teve que matá-lo, pois como o próprio Zod falou, ele não ia parar. Mesmo que o levasse ao espaço ou um deserto a situação não iria ser remediada de outra maneira e a destruição prosseguiria e a situação retornaria. Se não estou enganado, legítima defesa de terceiros não é crime ou justifica-se. Sem falar que o próprio herói visivelmente não gostou de ter tomado tal atitude contra um compatriota. Uma saída covarde dos roteiristas? Pode até ser, mas parem para pensar um pouco e deixem de lado a birra com o diretor.
   Se este ato fosse a gênese do herói escoteiro que conhecemos? 
Ele está lá, sim. Ele se sacrificou para nos proteger, mais que a si mesmo, mas seus princípios para salvar pessoas de uma grande ameaça. Isso não era um ato vingativo ou de ódio, foi apenas uma fatalidade, um caminho ao qual se os roteiristas tiverem culhões, eles terão que explorar suas conseqüências na vida do personagem em sua primeira ação em público contra um oponente a altura.

A conseqüêcia de um ato imprudente criou um herói
mais autruísta. Evolução do personagem.

Ora, neste caso lembremos o Homem-Aranha que deixou um criminoso fugir por arrogância e pagou um alto preço por isso, se tornando o herói amigo da vizinhança que conhecemos?
Na minha concepção o anti-herói é o princípio para a criação do herói propriamente dito. Este Superman não é um “Justiceiro”, como muitos ficam taxando, tão qual um herói violento dos anos 90, a proposta é outra até onde passa ver. O herói de hoje em dia lida com vilões diferentes e não os bobalhões arrogantes de antigamente. Nós estamos acostumados com a velha dança: Herói prende vilão, ele se solta comete seus delitos e começa tudo de novo.

A velha dança entre Batman e Coringa num momento chave.


ESTOU COMPARANDO SIM. Até onde essa "dança" iria chegar?
 E quantas pessoas iriam morrer por causa disso? Uma escolha difícil a ser tomada.

Isto é o básico de toda a história de herói para todas as idades.

 Sim, o herói icônico (não Justiceiro, Wolverine etc...) não deve matar um vilão por matar. Mas devemos nos ater que não estamos na era de ouro, prata, bronze ou ferro.

Atualização: Me lembrei da repercução da morte
de Maxwell Lord que dominou o Superman fazendo
com que o herói quase matasse seus amigos e a heroina
tomou uma atitude extrema, que claro, teve conseqüências.
Estamos numa época em que os heróis têm que tomar decisões difíceis, muitas vezes indo contra seus ideais não só, como eu disse, pela sua sobrevivência, mas como a das demais pessoas.

Não sem haver conseqüências de suas ações sejam elas quais forem.